Sábado, 14 de Dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 27 de janeiro de 2023
A pouco menos de uma semana da eleição da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), é favorito na disputa e deve ser reconduzido na próxima quarta-feira (1º) ao principal
cargo da direção da Câmara.
Aliados do alagoano elencam uma série de motivos para a posição confortável do parlamentar do PP na corrida pela cadeira que dita o ritmo dos trabalhos da Casa.
Conhecido por sua capacidade de articulação, Lira conseguiu nos últimos meses costurar apoios à sua permanência no posto com partidos da base aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e com legendas alinhadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Com muitas alianças costuradas, Lira chega às vésperas da disputa com a expectativa de ter poucos adversários, todos eles considerados “nanicos”. Os deputados Chico Alencar (Psol-RJ) e Marcel Van Hattem (Novo-RS) devem apresentar seus nomes para a corrida pelo comando da Casa. Ainda assim, lideranças apostam em uma vitória tranquila do parlamentar do PP.
O controle de Lira sobre a distribuição das emendas de relator ao longo de seu primeiro mandato como presidente da Câmara também o fortalece na busca pela reeleição. Segundo fontes, o alagoano soube equilibrar entre “priorizar aliados de primeira hora e não deixar quase ninguém de fora na distribuição do bolo de verbas”.
Por isso, a leitura é que a maioria dos parlamentares depositará seu voto pela continuidade dele no principal cargo da Mesa Diretora da Câmara.
De Bolsonaro a Lula
Aliado de Bolsonaro durante a campanha pela reeleição, Lira foi um dos primeiros a recalcular a rota e parabenizou Lula pela vitória no segundo turno poucos minutos após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmar o êxito do petista nas urnas.
O alinhamento de Lira com Bolsonaro ao longo da campanha até chegou a estimular que apoiadores de Lula ensaiassem uma candidatura própria para a presidência da Casa. O movimento, porém, foi descartado diante do compromisso de Lira em pautar propostas consideradas vitais pelo novo governo.
A promessa foi colocada à prova em dezembro, quando o alagoano foi determinante para garantir a aprovação da proposta de emenda constitucional (PEC) da Transição. Ao longo da célere tramitação do projeto, Lira chegou a encerrar uma sessão para evitar que uma mudança no texto fosse aprovada. A alteração representaria um revés para o petista.
Poucos dias após a posse, o parlamentar do PP também foi crucial para que o Congresso aprovasse rapidamente a intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal como reação às invasões de manifestantes radicais aos prédios dos Três Poderes, no dia 8 deste mês.
Ao ser fiador de votações importantes para o novo governo antes mesmo do início da nova legislatura, Lira conseguiu atrair o apoio de legendas próximas de Lula para sua postulação. Além disso, siglas que já sustentavam sua base no primeiro mandato como presidente da Casa, especialmente lideranças alinhadas a Bolsonaro, continuaram em seu entorno.
Com a capacidade de conciliação, Lira chega a disputa na condição de “favoritíssimo”, com chances de alcançar o placar mais elástico em uma disputa pelo comando da Mesa Diretora.
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