Quinta-feira, 25 de Abril de 2024

Home Literatura Escritora gaúcha Lya Luft morre aos 83 anos

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A escritora Lya Luft faleceu na madrugada desta quinta-feira (30) em Porto Alegre. Natural de Santa Cruz do Sul, ela tinha 83 anos e lutava contra um câncer. Filha de descendentes alemães, foi incentivada pelos pais a desenvolver o hábito da leitura ainda na infância.

Se tornou uma das principais escritoras e tradutoras do País. Era mestre em Linguística e Literatura Brasileira, foi professora universitária e colunista das principais publicações jornalísticas brasileiras. Além disso, foi patrona da Feira do Livro de Porto Alegre.

Biografia

Lya Fett nasceu em Santa Cruz do Sul, cidade gaúcha de colonização alemã, filha do advogado e juiz Arthur Germano Fett. Sua família tinha muito orgulho de suas raízes germânicas e, por isso, considerava-se superior aos “brasileiros”, embora seus integrantes tivessem chegado ao Brasil em 1825.

Durante sua juventude, Lya foi tida como uma menina desobediente e contestadora: não gostava de aprender a cozinhar nem a bordar e chegou a ser mandada para um internato por dois meses.

Porém, desde cedo, foi uma ávida leitora — aos onze anos, já recitava poemas de Göethe e Schiller — e tinha um relacionamento mais natural com o pai, um homem culto a quem idolatrava, do que com a mãe. Aos dezenove anos, ela se converteu ao catolicismo, espantando aos pais, ambos luteranos.

A partir de 1959, Lya passou a residir em Porto Alegre, onde se diplomou em Pedagogia e em Letras Anglo-Germânicas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Passou a trabalhar então como tradutora de literaturas em alemão e inglês — já traduziu para o português mais de cem livros, dentre os quais se destacam traduções de Virginia Woolf, Rainer Maria Rilke, Hermann Hesse, Doris Lessing, Günter Grass, Botho Strauss e Thomas Mann.

Em 1963, aos vinte e cinco anos, Lya casou-se com Celso Pedro Luft, então um irmão marista, dezenove anos mais velho do que ela. Eles se conheceram durante uma prova de vestibular, para a qual ela chegara atrasada.

O casal teve três filhos: Susana (1965), André (1966-2017) e Eduardo (1969). André Luft faleceu de parada cardiorrespiratória em 2 de novembro de 2017, aos 51 anos, enquanto surfava na Praia do Moçambique, em Florianópolis.

De 1970 a 1982, atuou como professora titular de Linguística na FAPA (Faculdade Porto-Alegrense) e obteve o grau de mestra em Linguística (1975, pela PUC-RS) e em Literatura Brasileira (1978, pela UFRGS).

Em 1985, separou-se do marido para viver com o psicanalista e também escritor Hélio Pellegrino, no Rio de Janeiro. Eles haviam sido apresentados um ao outro por Nélida Piñon. Em 1992, quatro anos após a morte de Pellegrino, Lya voltou a viver com Celso Luft, de quem ficou viúva em 1995.

Em 25 de setembro de 2019, aos 81 anos, Lya foi internada às pressas no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre ao sofrer um infarto agudo do miocárdio. Ela foi submetida a uma angioplastia e a um implante de stent. Apresentou boa recuperação após a intervenção cirúrgica e recebeu alta hospitalar quatro dias depois.

 

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