Quarta-feira, 04 de Dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 13 de junho de 2022
Os Estados Unidos aprovaram nessa segunda-feira (13) o primeiro tratamento sistemático para alopecia areata, doença autoimune (quando as células atacam o próprio organismo) que provoca queda capilar.
Isso quer dizer que o baricitinibe, também conhecido pelo nome comercial de Olumiant, poderá ser administrado em pacientes adultos com o quadro grave da doença para o tratamento em todo o corpo, em vez de um local específico.
De acordo com o FDA, a agência regulatória de saúde dos EUA, a eficácia e a segurança do baricitinibe foi estudada em diversas pesquisas. Um estudo chegou a comprovar pelo menos 80% de cobertura capilar do couro cabeludo em pacientes após 36 semanas de tratamento.
Outra pesquisa mostrou que 22% dos pacientes (de um total de 184) que receberam 2 miligramas do Olumiant e outros 35% (de um total de 281) que receberam 4 miligramas alcançaram uma cobertura adequada do couro cabeludo. Por outro lado, apenas 5% dos pacientes (de um total de 189) dessa mesma pesquisa que receberam placebo (substâncias inertes) apresentaram o mesmo resultado.
“O acesso a opções de tratamento seguras e eficazes é crucial um número significativo de americanos afetados por alopecia grave”, disse Kendall Marcus, diretor da Divisão de Dermatologia e Odontologia da FDA.
A alopecia areata é um dos vários fatores que levam à queda de cabelo. Estima-se que mais de 300 mil pessoas sejam afetadas pela condição nos EUA a cada ano.
No país, a droga também foi originalmente aprovada em 2018, mas para o tratamento de pacientes adultos com artrite reumatóide ativa moderada a grave. Lá, o Olumiant também é aprovado para o tratamento de covid em certos adultos hospitalizados.
No Brasil, o baricitinibe também já tem registro para o tratamento de artrite reumatoide ativa moderada a grave e dermatite atópica moderada a grave. No início do ano, a droga também foi aprovado como o primeiro medicamento para o tratamento da covid no Sistema Único de Saúde (SUS).
Doença
A doença pode ser causada por influências genéticas, processos inflamatórios locais ou doenças sistêmicas.
O quadro não é contagioso e não apresenta riscos à saúde, além da perda capilar em si. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), casos de perda total dos fios no corpo em razão da alopecia são uma minoria: cerca de 5%.
A alopecia atinge aproximadamente 2% da população mundial em diferentes níveis – pode afetar desde pequenas áreas do couro cabeludo ou da barba, por meio de lesões circulares, ou até causar a completa ausência dos fios em todo o corpo.
Outro tipo comum da alopecia é a androgenética, que também é autoimune e causa o afinamento progressivo dos fios. Ela é mais recorrente entre os homens, cujas áreas mais atingidas são a coroa e a região frontal (entradas).
Já as mulheres – estima-se que 5% tenham alopecia androgenética – sofrem com sintomas, que costumam ser mais discretos, como perda capilar na região central do couro cabeludo. No caso delas, os períodos de queda intensa podem ter relação com irregularidade menstrual, acne ou obesidade.
A perda capilar em pessoas com algum tipo de alopecia pode ser intensificada por fatores emocionais, como estresse intenso.
No Ar: Pampa Na Madrugada