Quarta-feira, 16 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 14 de janeiro de 2023
O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres foi preso na manhã deste sábado (14) pela Polícia Federal. Torres passou por audiência de custódia, que começou às 12h30, no 4º Batalhão da PF. A prisão de Torres foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes após os atos extremistas em Brasília, em 8 de janeiro.
Torres pousou em Brasília, no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, vindo de um voo de Miami, nos Estados Unidos, por volta das 7h15. De acordo com os advogados, ele se entregou à Polícia Federal logo após chegar ao Brasil. Fontes relataram que a prisão foi rápida, tranquila e discreta.
Em nota, a PF informou que Torres “foi preso ao desembarcar no Aeroporto de Brasília e encaminhado para a custódia, onde permanecerá à disposição da Justiça”. “As investigações seguem em sigilo”, completou.
A defesa do ex-ministro de Bolsonaro é feita por um pool de advogados liderados por Rodrigo Roca, que já advogou para o ex-governador do Rio Sergio Cabral e para o senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ).
Roca também assessorou Torres na Justiça. Além dele, o ex-senador Demóstenes Torres também integra o time.
Omissão
O ex-ministro da Justiça será investigado devido aos ataques às sedes do Congresso, do STF e ao Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro, pois era secretário de Segurança do Distrito Federal — cargo ao qual foi exonerado no mesmo dia –, responsável pela segurança da Esplanada dos Ministérios na data.
Torres é acusado de ser conivente e omisso na situação, não preparando um esquema capaz de proteger os Poderes contra os ataques, mesmo com a informação de que eles poderiam ocorrer.
“As omissões do Secretário de Segurança Pública e do Comandante Geral da Polícia Militar, detalhadamente narradas na representação da autoridade policial, verificadas, notadamente no que diz respeito à falta da devida preparação para os atos criminosos e terroristas anunciados, revelam a necessidade de garantia da ordem pública”, afirma Moraes na decisão que determinou a prisão de Torres.
O ministro do Supremo também ressalta a entrada de 100 ônibus fretados em Brasília “sem qualquer acompanhamento policial, mesmo sendo fato notório que praticariam atos violentos e antidemocráticos”.
A prisão de Torres foi solicitada, ainda no domingo (8), pela Advocacia-Geral da União (AGU).
“Sabotagem”
Em entrevista, o interventor federal na segurança pública do DF, Ricardo Cappelli, acusou o ex-secretário de sabotar a segurança da capital federal nos atos criminosos. Torres teria alterado todo o comando da secretaria e viajado para fora do Brasil.
“Houve uma operação estruturada de sabotagem comandada pelo ex-ministro bolsonarista Anderson Torres. Ele montou a sabotagem e fugiu do Brasil”, disse Cappelli.
O interventor explicou que agora serão apuradas as responsabilidades. “Há farto material para identificar não só a conduta dos manifestantes, mas também a conduta daqueles que, como agentes da lei, não cumpriram o seu papel”, afirmou.
No Ar: Pampa Na Madrugada