Sexta-feira, 04 de Outubro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 10 de agosto de 2022
O Exército informou em nota nesta quarta-feira (10) que não indicará um novo membro da corporação para compor o grupo criado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para acompanhar e fiscalizar as eleições deste ano.
Representante das Forças Armadas no comitê de transparência até a semana passada, o coronel Ricardo Sant’Anna foi descredenciado pelo TSE após publicar fake news em redes sociais sobre as eleições e as urnas eletrônicas.
Segundo o Exército, o posto ficará vazio porque a decisão da Justiça Eleitoral foi unilateral.
“Baseado em ‘apuração da imprensa’ e de forma unilateral, sem qualquer pedido de esclarecimento ou consulta ao Ministério da Defesa ou ao Exército Brasileiro, o TSE ‘descredenciou’ o militar. Dessa forma, o Exército não indicará substituto e continuará apoiando tecnicamente o MD nos trabalhos julgados pertinentes”, diz o documento divulgado.
A nota do Exército traz um posicionamento diferente do que havia sido divulgado pelo Ministério da Defesa na última segunda (8), quando Sant’Anna foi descredenciado.
Naquele momento, o governo disse que já tinha decidido substituir o coronel antes mesmo da decisão do TSE, mas faltava escolher o novo representante. “Assim que a seleção estiver concluída, o TSE será informado a respeito”, afirmava o texto da Defesa.
Na nota desta quarta, o Exército afirma que tomou conhecimento das postagens de Ricardo Sant’Anna no fim da última semana e que “buscou esclarecer os fatos antes de tomar quaisquer providências, eventualmente precipitadas ou infundadas”.
A corporação defende no texto a capacitação técnica do coronel descredenciado e diz que as “posições pessoais” dos militares não interferem no trabalho desempenhado.
“Assim, não há interferências das posições pessoais dos integrantes nas tarefas das equipes, sendo o trabalho realizado de forma profissional e isenta”, diz o Exército.
Perfil
O coronel Ricardo Sant’Ana é formado em Engenharia de Telecomunicações pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e especialista em defesa a ataques cibernéticos. No espectro político, ele é um crítico ferrenho ao PT e reproduz o discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a falsa inconfiabilidade do sistema de votação.
Sant’Ana é chefe da Divisão de Sistemas de Segurança e Cibernética da Informação no Exército, de acordo com seu perfil no LinkedIn. Segundo o currículo do coronel na plataforma Lattes, ele possui mestrado em Engenharia Elétrica e doutorado em machine learning aplicado à análise de malware, ambos pelo Instituto Militar de Engenharia (IME). Sant’Ana também tem uma especialização em andamento sobre criptografia e segurança de redes pela Universidade Federal Fluminense (UFF). O coronel é especialista, ainda, em linguagens de programação, processamento de voz e arquitetura de sistemas.
No Ar: Pampa Na Tarde