Quinta-feira, 28 de Março de 2024

Home Saúde Exposição ao frio ajuda a conter obesidade

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As estimativas alarmantes mostram que até 2030, sete em cada dez pessoas no Brasil estarão acima do peso e 26% podem estar obesas. Segundo o Ministério da Saúde, o número de obesos aumentou quase 68% de 2006 a 2018. E os números não são apenas no Brasil. Mais de 40% dos adultos norte-americanos têm obesidade. A condição pode aumentar o risco de diabetes, doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer. E, claro, pode causar a inflamação crônica de baixo grau – o acúmulo de células imunes em tecidos sensíveis à insulina.

Pesquisadores do Joslin Diabetes Center e do Brigham and Women’s Hospital, publicaram um estudo na revista norte-americana especializada em saúde, Nature Metabolism, mostrando que baixas temperaturas podem levar a reversão dessa inflamação, combatendo a obesidade, diabetes e outras doenças relacionadas, além de facilitar na perda de peso.

“Extensas evidências indicam que a obesidade e a síndrome metabólica estão ligadas à inflamação crônica que leva à resistência sistêmica à insulina, portanto, interromper a inflamação na obesidade pode oferecer terapias promissoras para doenças relacionadas à obesidade”, disse Yu-Hua Tseng, co-autor do projeto.

O estudo foi feito em um modelo de camundongo que se torna obeso quando alimentado com uma dieta rica em gordura. Quando os animais foram expostos a um ambiente frio – cerca de 4,5°C – os pesquisadores observaram que a sensibilidade à insulina e o metabolismo da glicose melhoraram, bem como o peso corporal dos bichanos diminuiu, em comparação com os ratos de controle mantidos em uma zona termoneutra, ou seja, em temperaturas ambientes onde o corpo não precisa produzir calor para manter sua temperatura natural.

Além disso, os cientistas também notaram uma melhora profunda na inflamação que dependia do tecido adiposo marrom (gordura) produzir uma molécula natural chamada Maresin 2 quando estimulada pelo frio. Reconhecido como um órgão endócrino ativo por secretar moléculas que se comunicam com outros tecidos e regulam o metabolismo, o tecido adiposo marrom ajuda a dissipar a energia armazenada e pode potencialmente promover a perda de peso e a saúde metabólica.

“Descobrimos que a gordura marrom produz Maresin 2, que resolve a inflamação sistemicamente e no fígado”, afirmou Matthew Spite, um dos autores do estudo e pesquisador do Brigham and Women’s Hospital. “Essas descobertas sugerem uma função anteriormente não reconhecida do tecido adiposo marrom na promoção da resolução da inflamação na obesidade por meio da produção desse importante mediador lipídico”, explica.

Apesar do mediador lipídico poder ter aplicações clínicas para resolver problemas como obesidade, doenças metabólicas ou outras doenças relacionadas à inflamação crônica, os cientistas também descobriram que o Maresin 2 se decompõe rapidamente no corpo, o que faz os cientistas voltarem seus esforços na busca por um análogo químico mais estável para uso clínico.

Estudos anteriores, feitos pelo próprio doutor Yu-Hua Tseng, já mostram que a exposição a temperaturas frias amenas, cerca de 10 a 15°C, já é suficiente para ativar o tecido adiposo marrom e melhorar o metabolismo, embora ainda falte compreender os mecanismos.

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