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Por Redação Rádio Pampa | 15 de novembro de 2023
As tropas israelenses que entraram durante a madrugada desta quarta-feira (15), no hospital Al-Shifa na Cidade de Gaza se retiraram do centro médico e estabeleceram uma base ao redor do complexo, que, segundo o governo de Israel, serve de base para o grupo terrorista Hamas, segundo um jornalista que colabora com a AFP.
Os soldados interrogaram dezenas de civis antes de liberá-los, segundo o repórter que está no hospital, o maior da Faixa de Gaza. De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), o estabelecimento abriga, atualmente, 2.300 pessoas, entre pacientes, profissionais da saúde e deslocados pela ofensiva israelense no enclave palestino.
Uma fonte do Exército de Israel disse que armas foram encontradas durante a operação. Líderes da Autoridade Palestina, que controla a Cisjordânia, agências humanitárias da ONU que trabalham em Gaza e autoridades da Turquia e da Jordânia criticaram a operação, que teve poucos detalhes revelados ao público. Comunicações telefônicas e via internet na região do hospital estão intermitentes.
Após a invasão, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse na rede social X, o antigo Twitter, que “não há nenhum local em Gaza que esteja fora do alcance de Israel”. Segundo a AFP, os soldados israelenses mandaram todos os homens com mais de 16 anos presentes no complexo se render. Ao menos 200 foram presos.
Os soldados israelenses atiraram para o alto de quarto em quarto, em busca de combatentes do Hamas. Mulheres e crianças assustadas e chorando foram revistadas, e outras tiveram de passar por um posto equipado com uma câmera de reconhecimento, segundo o jornalista.
Os detidos foram revistados e tiveram de tirar parte de suas roupas. Tanques israelenses entraram no complexo médico e foram estacionados diante de várias unidades, incluindo o pronto-socorro.
Natalie Thurtle, uma das coordenadoras da organização Médicos Sem Fronteiras nos Territórios Palestinos, explicou que não será possível retirar os pacientes, “que, em sua maioria, não podem se deslocar, e levando-se em consideração a situação de segurança nos arredores do hospital”.
Crise
Ao menos nove bebês prematuros morreram depois que foram retirados de suas incubadoras. Vinte e sete pacientes que estavam na UTI faleceram, porque não tinham um respirador operacional, segundo o Ministério da Saúde do Hamas. Uma vala comum foi aberta no complexo, onde já foram enterrados 179 corpos, informou o diretor do hospital, o médico Mohammed Abu Salmiya.
O governo de Israel diz ter doado incubadoras e outros suprimentos ao hospital, mas tem resistido a liberar a entrada de combustível em Gaza, com o temor de que ele seja confiscado pelo Hamas. Apesar disso, uma pequena carga entrou pela fronteira com o Egito nesta manhã.
Ao menos seis bebês já morreram por falta de combustível para gerar a energia elétrica que alimenta as incubadoras, segundo médicos do hospital.
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