Sábado, 04 de Maio de 2024

Home Ciência “Horário nobre” de desempenho varia de pessoa para pessoa, mas é possível treinar o corpo e a mente para produzir mais

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É melhor trabalhar pela manhã, à tarde ou à noite? A resposta para a pergunta que aponta o período em que há maior produtividade pode não ser tão simples quanto parece. Isso porque, segundo especialistas, esse “timing” varia de pessoa para pessoa. Entender quando é o pico de desempenho pode ajudar os profissionais a concentrarem seus esforços para um melhor retorno de resultados.

Chamado de “horário nobre” pelo especialista em produtividade e gestão do tempo Christian Barbosa, é nesse período que, segundo ele, há maior criatividade a ser explorada nas funções laborais. É quando é preciso alocar as tarefas que exigem mais atenção. Ele é autor dos livros “A tríade do tempo” e “Equilíbrio e resultado”.

“Ao colocar as atividades mais complexas, difíceis e chatas nesse horário, há uma tendência de fluir melhor. O que as pessoas acabam fazendo, normalmente, é que elas pegam seus melhores horários, lotam com coisas que não exigem tanta cognição e acabam tendo uma subperformance porque não usam o seu melhor momento para fazer o que é mais complicado”, explica.

De acordo com Barbosa, são quatro grupos de pessoas:

– matutinas: pessoas que performam melhor durante a manhã, acordam cedo e se sentem recuperadas e bem para trabalhar no período; dormem cedo;

– vespertinas: produzem melhor entre o começo da tarde e o fim da tarde; dormem mais tarde e acordam mais tarde;

– noturnas: pessoa que dorme tarde, acorda tarde e a performance é maior no início da noite; são as pessoas que “tem gás, enquanto os outros já estão morrendo”;

– adaptativas: possuem preferências de horário, mas conseguem se adaptar a diferentes horários.

E por que existem hábitos tão diferentes? Entre os fatores que influenciam o horário de maior produtividade, segundo especialistas, estão o cronotipo e o ciclo circadiano.

O cronotipo, segundo Vanessa Cepellos, psicóloga e professora de Gestão de Pessoas da FGV-EAESP, se refere às horas naturais em que cada corpo determina a preferência de horários para as atividades diárias.

Já o ciclo circadiano, ainda segundo Vanessa, é o mecanismo que regula as atividades do corpo, impactando os momentos em que somos mais produtivos. O ciclo dita as alterações que ocorrem em nosso organismo, como a temperatura do corpo e níveis de hormônio, explica a professora.

Um estudo da agência internacional OnePoll (2022), a pedido da empresa britânica Office Freedom, feito com 2.000 funcionários de escritório do Reino Unido, apontou que, nos escritórios, os trabalhadores atingem seu nível mais produtivo às 10h22 e atingem uma queda às 13h27. A pesquisa também descobriu que 58% dos funcionários lutam para passar um dia sem sentir altos e baixos nos níveis de produtividade.

No Brasil esse período de pico pode ser ainda mais cedo.

“O brasileiro é um povo mais matinal, então a gente tem um pico de performance durante o horário da manhã. Claro que isso é variável de pessoa para pessoa, mas se a gente pudesse dar uma média, a manhã é uma tendência”, diz Barbosa.
Para entender a tendência, contextos de trabalho e a experiência individual de cada um, de acordo com Vanessa, também influenciam no desempenho.

Como entender o seu horário de maior produtividade
Segundo a professora, você precisa:

– realizar um mapeamento do dia;

– anotar os horários em que se sentiu com mais energia ao longo do dia;

– registrar horários que teve um desempenho melhor, durante o período de uma semana.

Analisando os resultados, a professora explica que é possível ter uma melhor visualização do horário de produtividade.

A partir disso, diz Vanessa, a pessoa pode alocar suas principais atividades ou tarefas que exigem maior atenção, concentração ou criatividade nesses momentos de pico de produtividade.

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É melhor trabalhar pela manhã, à tarde ou à noite? A resposta para a pergunta que aponta o período em que há maior produtividade pode não ser tão simples quanto parece. Isso porque, segundo especialistas, esse “timing” varia de pessoa para pessoa. Entender quando é o pico de desempenho pode ajudar os profissionais a concentrarem seus esforços para um melhor retorno de resultados.

Chamado de “horário nobre” pelo especialista em produtividade e gestão do tempo Christian Barbosa, é nesse período que, segundo ele, há maior criatividade a ser explorada nas funções laborais. É quando é preciso alocar as tarefas que exigem mais atenção. Ele é autor dos livros “A tríade do tempo” e “Equilíbrio e resultado”.

“Ao colocar as atividades mais complexas, difíceis e chatas nesse horário, há uma tendência de fluir melhor. O que as pessoas acabam fazendo, normalmente, é que elas pegam seus melhores horários, lotam com coisas que não exigem tanta cognição e acabam tendo uma subperformance porque não usam o seu melhor momento para fazer o que é mais complicado”, explica.

De acordo com Barbosa, são quatro grupos de pessoas:

– matutinas: pessoas que performam melhor durante a manhã, acordam cedo e se sentem recuperadas e bem para trabalhar no período; dormem cedo;

– vespertinas: produzem melhor entre o começo da tarde e o fim da tarde; dormem mais tarde e acordam mais tarde;

– noturnas: pessoa que dorme tarde, acorda tarde e a performance é maior no início da noite; são as pessoas que “tem gás, enquanto os outros já estão morrendo”;

– adaptativas: possuem preferências de horário, mas conseguem se adaptar a diferentes horários.

E por que existem hábitos tão diferentes? Entre os fatores que influenciam o horário de maior produtividade, segundo especialistas, estão o cronotipo e o ciclo circadiano.

O cronotipo, segundo Vanessa Cepellos, psicóloga e professora de Gestão de Pessoas da FGV-EAESP, se refere às horas naturais em que cada corpo determina a preferência de horários para as atividades diárias.

Já o ciclo circadiano, ainda segundo Vanessa, é o mecanismo que regula as atividades do corpo, impactando os momentos em que somos mais produtivos. O ciclo dita as alterações que ocorrem em nosso organismo, como a temperatura do corpo e níveis de hormônio, explica a professora.

Um estudo da agência internacional OnePoll (2022), a pedido da empresa britânica Office Freedom, feito com 2.000 funcionários de escritório do Reino Unido, apontou que, nos escritórios, os trabalhadores atingem seu nível mais produtivo às 10h22 e atingem uma queda às 13h27. A pesquisa também descobriu que 58% dos funcionários lutam para passar um dia sem sentir altos e baixos nos níveis de produtividade.

No Brasil esse período de pico pode ser ainda mais cedo.

“O brasileiro é um povo mais matinal, então a gente tem um pico de performance durante o horário da manhã. Claro que isso é variável de pessoa para pessoa, mas se a gente pudesse dar uma média, a manhã é uma tendência”, diz Barbosa.
Para entender a tendência, contextos de trabalho e a experiência individual de cada um, de acordo com Vanessa, também influenciam no desempenho.

Como entender o seu horário de maior produtividade
Segundo a professora, você precisa:

– realizar um mapeamento do dia;

– anotar os horários em que se sentiu com mais energia ao longo do dia;

– registrar horários que teve um desempenho melhor, durante o período de uma semana.

Analisando os resultados, a professora explica que é possível ter uma melhor visualização do horário de produtividade.

A partir disso, diz Vanessa, a pessoa pode alocar suas principais atividades ou tarefas que exigem maior atenção, concentração ou criatividade nesses momentos de pico de produtividade.

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