Sábado, 20 de Abril de 2024

Home Yago Oliveira Inovação que se compra: o movimento de aquisições e investimentos em empresas no Brasil

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Quem costuma acompanhar as notícias sobre o mercado já deve ter observado o aumento do número de empresas que recebem investimentos ou que são adquiridas por outras empresas.

Essas notícias refletem dados importantes para o desenvolvimento econômico do país. Estamos vivenciando um aumento histórico das operações de fusões e aquisições de empresas no Brasil (M&A), fruto de um momento de alta liquidez, especialmente após a abertura de capital e oferecimento de ações em bolsa de valores por companhias importantes do nosso mercado.

Com mais recursos no caixa advindos da negociação de ações em bolsa brasileira ou estrangeira, grandes empresas reinvestem esse capital para solucionar suas principais dores. Uma delas e, talvez, a maior delas, é a necessidade de inovação.

Inovação nos negócios nos dias de hoje é questão de sobrevivência. Quem consegue oferecer soluções mais alinhadas às necessidades dos consumidores ou usuários, no tempo e na medida certa, garante a sua permanência e crescimento. Do contrário, a tendência é a gradual substituição dos serviços ou produtos existentes por aqueles que conseguem atender de forma ágil às novas demandas impostas pelo mercado.

Nesse cenário, as empresas possuem duas alternativas: a primeira e mais óbvia é investir diretamente em meios que possibilitem a inovação, seja através da aquisição de uma tecnologia estratégica, contratação de pessoas especializadas ou da revisão dos processos internos, visando alinhá-los à dinamicidade do mercado atual.

A segunda alternativa, por sua vez, explica boa parte do aumento dos investimentos e das aquisições de empresas no Brasil, com o crescimento das operações de M&A. Em alguns casos, se torna mais barato para as empresas a aquisição de um negócio que possibilite a inovação do que promovê-la diretamente.

O expressivo número de operações de M&A entre empresas está capitaneado por empresas do setor de tecnologia, o que explica muito como as empresas estão observando as oportunidades existentes e adquirindo outras empresas de forma estratégica.

Nesses casos, diferentemente de operações regulares, ou seja, aquelas vistas em negócios tradicionais, as empresas não compram apenas uma carteira de clientes, ativos como marca ou patente ou uma tecnologia específica, mas adquirem equipes.

Especialmente quando falamos das startups, que vêm desempenhando um papel importantíssimo para o desenvolvimento do mercado brasileiro, um dos principais centros de valor está na sua equipe. São pessoas que possuem o potencial de implementar soluções ágeis e inovadoras no mercado e que, quando integradas ao corpo de uma companhia já estabelecida, conseguem desenvolver soluções não apenas para o mercado, mas para a própria companhia.

O desafio imposto, por outro lado, é possibilitar uma integração de negócios tradicionais com negócios inovadores. O day after após a operação de investimento ou aquisição deve estar muito claro, de forma que os processos tradicionais das companhias não impeçam que a inovação se dissemine.

 

Yago Oliveira – Federasul Divisão Jovem – é advogado e sócio do Boccacio Oliveira Advogados, especializado na assessoria jurídica nas áreas de fusões e aquisições, estruturação de investimentos, contratos e sociedades. É especialista em Direito Empresarial pela PUCRS e mestrando em Direito Empresarial pela UFRGS.

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