Domingo, 19 de Maio de 2024

Home Economia Lula diz que o Brasil poderá ter que importar arroz e feijão por conta das enchentes no Rio Grande do Sul

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (7) que com as chuvas que atingem o Rio Grande do Sul o governo cogita importar arroz e feijão para equilibrar a produção e evitar um aumento dos preços.

“Agora com a chuva eu acho que nós atrasamos de vez a colheita [do arroz] do Rio Grande do Sul. Se for o caso para equilibrar a produção, a gente vai ter que importar arroz, a gente vai ter que importar feijão para que a gente coloque na mesa do povo brasileiro um preço compatível com aquilo que ele ganha”, afirmou Lula durante entrevista a rádios.

O Rio Grande do Sul produz 70% de todo o arroz no Brasil. A previsão neste ano era de uma safra de 7,4 milhões de toneladas, mas esse cálculo foi feito antes das chuvas.

O mercado brasileiro de arroz é relativamente ajustado e a produção nacional se aproxima do consumo doméstico que, anualmente, é em cerca de 10 milhões de toneladas.

A Conab aponta que os períodos chuvas excessiva ou secas severas causam impedimentos no cultivo do arroz, o que reflete em redução de área e perdas significativas na produção. Quando isso acontece, gera pressão sobre os preços internos do produto e ocorre uma redução no consumo. Com isso, para suprir a demanda, o país recorre a importação do produto para reabastecer os estoques.

O Brasil importa cerca de 1 milhão de tonelada por ano, a maior parte do Paraguai, que entra via terra por Mato Grosso do Sul. A consultoria Dataagro estima perdas de 10% a 11% na produção de arroz do estado e um prejuízo de R$ 68 milhões aos agricultores da região.

O Rio Grande do Sul também tem produção de soja e milho e feijão. Para essas culturas, o Datagro prevê perdas de 3% a 6% na soja, com prejuízo entre R$ 125 milhões e R$ 155 milhões a produtores. Para o milho, a estimativa de perdas de 2% a 4%, com prejuízo de R$ 7 milhões a R$ 12 milhões.

Impactos

As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul já deixaram 90 mortos confirmados, 132 desaparecidos e 361 pessoas feridas até esta terça-feira. Os temporais, que começaram em 27 de abril, ganharam força no dia 29 e já afetaram mais de 1,3 milhão de pessoas em território gaúcho, de acordo com o último boletim da Defesa Civil.

Mais de 155 mil pessoas estão desalojadas e outros 48 mil estão em abrigos. A marca já supera a última tragédia ambiental no estado, em setembro de 2023, quando 54 pessoas morreram.

Durante a entrevista, Lula lembrou dos temporais que atingira a Bahia em 2022. Sem citar o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula afirmou que lembrava que “o presidente da República estava passeando em um jet ski”.

Na época, Bolsonaro passava férias no litoral de Santa Catarina e era visto com frequência andando de moto aquática. Ao todo, 25 pessoas morreram e 32.594 ficaram desabrigadas. Bolsonaro não visitou as áreas atingidas.

“Eu lembro quando teve a cheia na Bahia, em 2022. Eu lembro que o presidente da República estava passeando em um jet ski em Fernando de Noronha e não se preocupou. Eu lembrei esse caso para chamar a atenção para o seguinte: ainda tem muita fake news contando mentira sobre o Rio Grande do Sul, desmerecendo as pessoas que estão trabalhando.”

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