Sexta-feira, 11 de Outubro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 7 de maio de 2024
O ministro gaúcho Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), pediu à pasta da Justiça e Segurança Pública a abertura de investigação sobre a responsabilidade pela criação e divulgação de notícias falsas sobre as enchentes no Rio Grande do Sul. No foco estão redes sociais e influenciadores digitais, dentre outros envolvidos.
Ele pede a apuração dos ilícitos ou eventuais crimes relacionados à disseminação de desinformação, bem como a individualização de condutas das pessoas envolvidas. Em ofício enviado nessa terça-feira (7) ao colega da pasta da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, ele alerta para “narrativas criminosas que causam impacto no aprofundamento da crise social vivida pela população”.
São mensagens movidas a má-fé e que incluem mentiras sobre ações de resgate e recuperação de danos, além de relatos de fatos dramáticos como o do corpo de um bebê boiando em rio da Região Metropolitana.
“Os conteúdos afirmam que o governo federal não está ajudando a população, ou que o Exército e a Polícia Rodoviária Federal estariam impedindo a entrada de caminhões de auxílio em território gaúcho”, menciona um dos trechos do documento. “É motivo de preocupação o impacto dessas narrativas sobre a credibilidade de instituições cruciais na resposta a situações de emergência, como esforços de evacuação e resgate.”
A Secom catalogou uma série de postagens que viralizaram nas redes sociais ao longo dos últimos dias. Na lista está um vídeo publicado na rede social X (antigo Twitter) pelo influenciador Pablo Marçal e que afirma absurdos como “a Secretaria Estadual da Fazenda está barrando os caminhões de doação, não está deixando distribuir comida”. O fato jamais aconteceu.
O mesmo boato foi compartilhado pelo senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) em sua conta no Instagram. Personalidades ligadas a correntes políticas de direita fizeram o mesmo com outras fake news.
Eduardo Bolsonaro
Alguns foram mais longe, criando situações incondizentes com a realidade. Foi o caso do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de visitar primeiro Santa Maria (Região Central do Estado) durante a tragédia climática por ser a cidade natal do ministro Paulo Pimenta. Ele também afirmou que só depois Lula se dirigiu a Porto Alegre, “epicentro da tragédia”.
Acontece que a primeira viagem da comitiva federal, na semana passada, teve como foco Santa Maria porque foi na região onde ocorreram as primeiras enchentes deste mês. Além disso, a pior tragédia climática do Rio Grande do Sul não tem um “epicentro”, pois passou a ocorrer de forma quase que simultânea em diversas áreas do mapa gaúcho.
Mais cedo, no Palácio do Planalto, Paulo Pimenta já havia demonstrado indignação: “Eu acho uma sacanagem. Tem gente trabalhando 24 horas por dia, quatro dias sem dormir, pessoas colocando a vida em risco para salvar outras. Enquanto isso, tem uma indústria de fake news alimentada por parlamentares, ‘influencers’ e outras pessoas que se dedicam a atrapalhar o esforço que está sendo feito para salvar vidas”.
Ele acrescentou: “Se é verdade que nós estamos em uma guerra, que tem como objetivo principal encontrar pessoas que ainda estão ilhadas e ter forças para apoiar milhares de pessoas que perderam tudo, que estão em abrigos, quem age contra nós deve ser tratado como ‘quinta coluna’, expressão usada contra traidores em tempos de guerra”.
(Marcello Campos)
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