Sexta-feira, 04 de Outubro de 2024

Home Mundo Maior conflito entre Israel e Palestina dos últimos anos faz disparar o preço mundial do petróleo

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Parece não haver mais tempos de paz para o mundo. Depois de uma pandemia atingir o planeta, uma guerra arrasar a Ucrânia, chegou a vez do maior conflito entre Israel e Palestina dos últimos anos.

A tensão geopolítica adicionou ainda mais risco ao mercado em um cenário já fragilizado de juros altos, risco fiscal e pressão inflacionária pelo mundo.

A preocupação agora é com o envolvimento de outros países da região no conflito, que pode causar uma séria crise de energia, já que o estreito de Ormuz escoa cerca de um terço da produção de petróleo mundial.

E por falar em petróleo, a commodity voltou a bater os US$ 90 com aumento de tensão no Oriente Médio. O dólar, que alcançou os R$ 5,20 na segunda-feira (9), se estabilizou para mais perto dos R$ 5,10. Já o Ibovespa, apesar da queda do último pregão, ainda terminou no positivo.

No Brasil, a alta do IPCA em 0,26% em setembro veio marginalmente mais positiva, com menos itens pressionando a inflação. O dado pode corroborar com a tese da continuidade do ciclo de queda de juros em 0,5 ponto percentual nas próximas decisões do Copom.

Já nos Estados Unidos a inflação continua como preocupação para o Federal Reserve. O índice ao produtor (PPI) estressou um pouco os mercados na quarta-feira (11) e o índice de preços ao consumidor (CPI) acima do esperado na quinta-feira (12) também impactou negativamente os ativos de risco até o último pregão da semana.

Especulação

Esse é o quadro. A questão é saber “se” e “como” o conflito pode respingar no Brasil. Na avaliação de Sérgio Araújo, presidente da Abicom, ainda falta algum espaço para que o confronto no Oriente Médio acenda a luz vermelha na economia global. “Os preços do petróleo e de seus derivados são muito sensíveis a movimentos geopolíticos e, naturalmente, tiveram aumentos com o conflito”, diz. “Mas, na minha visão, são movimentos especulativos, uma vez que o problema ainda não impacta diretamente a cadeia de suprimentos dos combustíveis.”

Para Paulo Ferracioli, professor de Negócios Internacionais da Fundação Getulio Vargas (FGV) no Rio, o cenário internacional pode se complicar caso haja um envolvimento do Irã, grande produtor mundial de petróleo, no conflito. No início dos choques, havia a suspeita de que os iranianos teriam ajudado o Hamas a planejar o ataque contra Israel. Teerã, contudo, negou tal possibilidade.

Ferracioli observa ainda que, no início da semana passada, a Chevron fechou um importante campo de produção de gás natural no Mediterrâneo oriental, a plataforma de Leviathan, a pedido de autoridades israelenses. “Essa seria mais uma fonte de instabilidade para o comércio internacional”, afirma. “Mas ainda é apenas uma hipótese.”

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