Terça-feira, 15 de Julho de 2025

Home Política Mauro Cid reafirma ao Supremo que ex-assessor de Bolsonaro foi o responsável por elaborar minuta golpista

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O tenente-coronel Mauro Cid afirmou nessa segunda-feira (14), em audiência no Supremo Tribunal Federal (STF), que o ex-assessor presidencial Filipe Martins foi o responsável por apresentar ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a minuta de um documento que previa medidas para reverter o resultado das eleições presidenciais.

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Cid é réu no chamado “núcleo crucial” da ação penal e foi ouvido como informante de juízo nas ações penais dos outros três núcleos da trama golpista, por ter feito acordo de delação premiada. Ele afirmou que Martins apresentou a Bolsonaro a minuta de um documento que previa a prisão de ministros do STF e do então presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e que o ex-presidente teria solicitado alterações, para que constasse apenas a prisão de um ministro da Corte. Em outra ocasião, o militar já afirmou que esse ministro seria Alexandre de Moraes.

“Depois que ele saiu da reunião com o presidente, com as alterações feitas pelo presidente, ele veio até a minha mesa, ali onde eu estava, onde eu ficava na sala auxiliar, com esses documentos já rabiscados e aí ele ia fazer as alterações. Foi quando ele pegou o computador dele para fazer modificações propostas pelo presidente”, relatou Cid.

Filipe Martins nega ter elaborado a minuta e ter participado dessas reuniões.

“O documento era composto de duas partes. A primeira parte eram os considerandos. Eram possíveis interferências que o STF e o TSE fizeram no processo eleitoral. A segunda, a prisão de autoridades e a decretação de eleições”, disse.

Mauro Cid prestou depoimento por videoconferência. Por determinação do ministro, não foram permitidas fotos, gravações de áudio e vídeo, nem transmissão ao vivo. Contudo, os advogados dos acusados e a imprensa acompanharam o depoimento.

De manhã, o ex-analista de inteligência do Ministério da Justiça Clebson Ferreira de Paula Vieira foi ouvido como testemunha de acusação, indicado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Vieira já tinha sido ouvido no andamento da ação do núcleo um e reafirmou que recebeu um pedido para levantar dados das cidades em que o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva teve mais votos no primeiro turno de 2022.

Nesta segunda, o ex-analista também afirmou que recebeu uma solicitação para levantar os votos em áreas dominadas por facções criminosas.

O processo da trama golpista entra em uma nova fase nesta semana. Nesta terça (15), começam a depor as testemunhas indicadas pelos réus que fazem parte dos três núcleos. Os depoimentos devem seguir até o dia 23 de julho.

No mês passado, o STF ouviu os depoimentos das testemunhas do Núcleo 1, formado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados.

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