Quinta-feira, 28 de Março de 2024

Home em foco MDB mantém Simone Tebet sem abrir mão de apoios a outros presidenciáveis em 2022

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Em conversas com PSDB e União Brasil por uma federação partidária e mantendo afinidades locais com o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula (PT), dirigentes locais do MDB estimulam a pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MS) como forma de evitar o ônus da polarização nacional sem fechar portas para alianças com outros presidenciáveis. A cúpula do MDB, por sua vez, aposta no crescimento da pré-candidata e na possibilidade de ser um nome de consenso para encabeçar uma chapa presidencial com outros partidos, citando sua baixa rejeição no eleitorado e entre a classe política.

Marcado por sua capilaridade, o MDB tem por hábito a autonomia nos estados. Em 2002, na primeira eleição de Lula, frações do partido ignoraram a coligação com o PSDB para apoiar o petista, inclusive no Rio, cenário que pode se repetir em 2022. O diretório fluminense é comandado pelo deputado Leonardo Picciani e está na base do governador Cláudio Castro (PL), colega de partido de Bolsonaro, mas resiste a apoiar o presidente.

Em conversas internas desde antes da oficialização de Tebet, Picciani vem se alinhando a outros dirigentes, especialmente do Nordeste, que dizem não ver brecha para uma terceira via e avaliam Lula como mais competitivo.

Palanques divididos

Em estados como Ceará e Alagoas, lideranças do MDB têm mostrado apoio ostensivo a Lula. É o caso do ex-senador Eunício Oliveira (CE), que trabalha por um palanque com um petista ainda que, no pleito estadual, forme aliança com o bolsonarista Capitão Wagner (PROS). O senador Renan Calheiros (AL) e o governador Renan Filho, que não foram ao lançamento da pré-candidatura de Tebet, posaram na última semana com Lula.

Já no Rio Grande do Norte, onde o ex-senador Garibaldi Alves Filho disputará vaga na Câmara, seu filho, o deputado Walter Alves (MDB-RN), é cotado como vice da governadora Fátima Bezerra (PT).

Na Bahia e em Pernambuco, a aproximação com Lula se dá entre disputas internas. O senador petista Jaques Wagner, pré-candidato ao Executivo baiano, tenta uma aliança com o MDB através do ex-deputado Lúcio Vieira Lima, influente na sigla. Outras lideranças defendem uma chapa ao governo de oposição ao PT. No cenário pernambucano, o partido é da base do governador Paulo Câmara (PSB), aliado de Lula, e tem dissidência interna do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), mais próximo a Bolsonaro. Nos dois estados, há receptividade à candidatura de Tebet, para atenuar possíveis cabos de guerra.

Disputa entre aliados – Tebet também disputa a preferência em estados nos quais lideranças do MDB têm afinidade com partidos como PSDB e União Brasil, que conversam sobre formar uma federação, o que exigiria a escolha de apenas um presidenciável entre essas siglas. Em São Paulo, estado do presidente do MDB, Baleia Rossi, o partido é aliado do governador João Doria (PSDB), pré-candidato à Presidência. Em Goiás, o MDB terá lugar como vice na chapa do governador Ronaldo Caiado, que pode abrir palanque a Sergio Moro (Podemos). Moro, inclusive, estuda migrar para o União Brasil, de Caiado.

“Os partidos de centro querem alternativas. O fato de Simone (Tebet) ter pouca rejeição acaba sendo um atrativo”, diz o presidente do MDB goiano, Daniel Vilela.

Em Minas, o deputado Newton Cardoso Jr., presidente do diretório local, garantiu como candidato emedebista ao governo o senador Carlos Viana, que tem reiterado seu apoio a Bolsonaro. Viana tenta atrair o eleitorado do governador Romeu Zema (Novo), que se afastou do presidente. Cardoso, ainda assim, garante que Tebet terá palanque no estado.

“O MDB prioriza candidaturas próprias. Mesmo na hipótese de uma federação, a vejo como a candidata para encabeçar a chapa”, afirma.

Bolsonaro tem proximidade também com alas do MDB gaúcho, como o deputado Osmar Terra, e de estados do Norte, como Roraima, onde vem sendo costurada uma “política de boa vizinhança” com o ex-senador Romero Jucá (MDB). O líder do PL local, deputado Édio Lopes, é aliado histórico de Jucá.

O presidente também chegou a se aproximar, no Maranhão, da família Sarney. No entanto, seu desgaste e a fragmentação na base do governador Flávio Dino (PSB), aliado de Lula, têm levado o MDB local a endossar a candidatura de Tebet enquanto sonda uma aproximação com o petista. A ex-governadora Roseana Sarney vem sendo estimulada a disputar o Executivo em caso de apoio ou até neutralidade de Lula.

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