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Por Redação Rádio Pampa | 19 de julho de 2023
A médica Sandra Lúcia, agredida por um homem e sua filha durante o plantão no Hospital Francisco da Silva Teles, em Irajá, no último domingo (16), teve cinco lesões em seu corpo, segundo o laudo do exame de corpo de delito realizado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Conforme relatos dos profissionais que atuam no hospital, revoltados com a demora no atendimento, André Luiz do Nascimento Soares e Samara Kiffini do Nascimento Soares depredaram a unidade e espancaram a médica.
Pai e filha foram presos e vão responder por homicídio doloso (quando há intenção de matar). O exame apontou lesões no lábio superior, no tórax, na orelha direita, no antebraço direito e na coxa esquerda da médica.
Arlene Marques da Silva, de 82 anos, faleceu após a confusão. De acordo com a família da idosa, ela começou a se sentir mal depois de ver a médica dela ser agredida pelo homem e a filha dele.
Além da morte do paciente, os acusados também vão responder por dano ao patrimônio público e desacato. Testemunhas dizem que um dos réus fingia portar uma arma. O advogado de defesa deles alega que o atendimento precário na unidade foi responsável pela morte da paciente.
Por causa da agressão, Sandra Lúcia, a única médica que estava de plantão, não conseguiu socorrer a idosa. A família da idosa contou que ela foi internada no último dia 8 com princípio de infarto, mas vinha se recuperando bem.
Fotos feitas logo depois das agressões dentro do hospital municipal mostram cadeiras reviradas, manchas de sangue no piso da recepção, portas e janelas quebradas.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde diz que “por volta das três e meia da manhã, André chegou à emergência com um pequeno corte em um dedo da mão esquerda, sem gravidade”.
Ainda de acordo com os responsáveis pela pasta, quando André Luiz foi informado de que precisaria aguardar atendimento porque outros pacientes mais graves estavam sendo atendidos, ele e Samara começaram a depredar o hospital.
André invadiu a sala vermelha, dedicada a pacientes graves, e agrediu Sandra Rodrigues, a única médica de plantão.
“Ele socou a boca da dra. Sandra, jogou ela no chão e botou a mão pra trás como se fosse pegar uma arma. Foi o momento que todo mundo saiu correndo, todo mundo saiu correndo”, disse uma testemunha.
Durante seu depoimento à polícia, Sandra disse que por volta das 4h da manhã, ela foi abordada por André, que a xingou e gritou: “você vai ter que me atender. Se não me atender, eu vou bater em você”, contou.
Sandra afirmou ainda que conseguiu desviar de um soco, mas que, em seguida, o agressor acertou o rosto dela e a jogou no chão, onde, mesmo indefesa, foi empurrada com os pés.
O delegado Geovan Omena afirma que André “causou um caos no hospital”.
“Os pacientes e o pessoal da saúde ficaram desesperados. Eles quebraram o hospital. Tivemos uma paciente que morreu em razão da conduta deles. Eles invadiram a sala vermelha, sabiam que tinha paciente em estado grave e não se importaram com o resultado mais grave, que é a morte dessa senhora.”
O que dizem os envolvidos
A defesa de pai e filha diz que eles são inocentes. “O que a gente tem ainda é muito simplório. As coisas são muito simples, ainda que tenham sido apuradas em delegacia”, afirmou o advogado Cláudio Rodrigues.
No Ar: Pampa Na Tarde