Sábado, 20 de Abril de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 4 de fevereiro de 2022
O mercado de câmbio no Brasil mais uma vez sentiu o peso dos movimentos externos e dólar fechou essa sexta-feira (4) em alta. Mesmo assim, a divisa registrou a sua quarta semana consecutiva de perdas contra o real, em dia de força global da moeda norte-americana ainda por expectativas quanto a elevações de juros nos Estados Unidos.
A moeda norte-americana subiu 0,47%, cotada a R$ 5,3206. Na semana, o dólar acumulou queda de 1,29% na parcial semana – quarta semana de baixa, mais longa série do tipo desde maio de 2021. No ano, o recuo é de 4,56% frente ao real.
O ruidoso noticiário doméstico indicativo de mais pressões de gastos tampouco amenizou a pressão sobre a taxa de câmbio, que fez par com o mercado de juros no dia mais negativo, destacou a Reuters.
Cenário
Pela manhã dessa sexta, o mercado entrou numa corrida por dólar após o governo dos EUA divulgar abertura de postos de trabalho em janeiro muito acima do esperado, além de revisão para cima em dados anteriores.
Os números reforçaram apostas em mais de quatro altas de juros nos Estados Unidos neste ano, o que elevaria a atratividade do dólar como investimento e ameaçaria tirar de mercados emergentes a liquidez que hoje para eles se dirigia.
Na cena local, a principal fonte de preocupações para os investidores tem sido uma proposta de emenda à Constituição (PEC) apresentada por um deputado aliado do Palácio Planalto para autorizar cortes de tributos sobre combustíveis, que pode gerar uma perda anual de até R$ 54 bilhões para a União, segundo cálculos do Ministério da Economia.
No radar dos investidores também permanecia a trajetória da taxa básica de juros e da inflação no país. Com a elevação da Selic (taxa básica de juros) para 10,75% ao ano, o Brasil passou a ter a maior taxa mundial de juros reais, isto é, quando se desconta a perda pela inflação, segundo ranking da Infinity Asset Management.
Juros mais altos no Brasil são amplamente vistos como positivos para o real, uma vez que elevam a rentabilidade do mercado de renda fixa doméstico e tendem a ser um ponto a favor do fluxo de capital estrangeiro ao País.
A projeção do mercado para a inflação de 2022 está atualmente em 5,38%. Tal perspectiva aumenta a atratividade do Brasil para o investidor estrangeiro.
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