Terça-feira, 18 de Março de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 6 de novembro de 2023
A operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), decretada pelo governo Lula em três portos e dois aeroportos do Rio de Janeiro e São Paulo iniciou nesta segunda-feira (6). Segundo o decreto, os militares passam a ter prerrogativa de polícia nesses locais.
A partir disto, poderão inspecionar aeronaves, passageiros e bagagens nos aeroportos; e embarcações e contêineres nos portos. Sem a GLO, o “emprego da tropa” nessas atividades não era possível. O trabalho é realizado em conjunto com agentes da Polícia Federal (PF) e da Receita Federal, que já atuam na repressão ao tráfico de drogas e armas nesses estabelecimentos. A Garantia da Lei e da Ordem prevê que os militares realizem todos os procedimentos necessários para a garantia da segurança pública.
Nos terminais portuários, de onde toneladas de droga são embarcadas a outros países, os militares devem reforçar as equipes que revistam diariamente as cargas. Não há agentes da Receita nem da PF suficientes para verificar todos os contêineres considerados suspeitos pelos operadores de scanner. A Marinha mobiliza um efetivo de 1.100 homens do 1º e 8º Distrito Naval, que se situam no Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente.
A GLO se restringirá aos portos do Rio de Janeiro, Itaguaí (RJ) e Santos (SP), mas a Marinha também intensificará o patrulhamento nas Baías de Guanabara (RJ), Sepetiba (RJ) e Lago Itaipu (RJ), onde a PF não tem prerrogativa para atuar. Isso envolve a interceptação e revista de barcos que transitam no local.
Nos aeroportos, há um reforço dos militares na fiscalização de cargas e bagagens que entram nos aviões. A Aeronáutica mobilizou 600 homens para atuar nos aeroportos internacionais do Galeão (RJ) e Guarulhos (SP) – os aeroportos de Jacarepaguá, Cabo Frio e Campos ficaram de fora da GLO.
“Nós temos poder de polícia tanto na área de manobra de aeronaves, como na movimentação de bagagem e carga como no saguão como operação policial ostensiva”, disse o comandante da Aeronáutica, tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, durante coletiva na última semana.
“É necessário o decreto de GLO que possibilite o ‘emprego de tropa’”, acrescentou o comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen.
Investigações recentes da PF revelam que facções criminosas passaram a cooptar funcionários que trabalham em portos e aeroportos para exportar cocaína produzida nos países andinos – desse comércio viria parte da fonte de renda do crime organizado.
Domingo (5), policiais federais e agentes da Receita Federal apreenderam aproximadamente 1,5 tonelada de cocaína no Porto de Vitória (ES). A droga estava oculta em um navio de carga de bandeira italiana chamado Grande Amburgo. De acordo com a PF, a apreensão da droga, encontrada em 52 fardos, é o resultado de investigações conduzidas em cooperação com outros países, que já resultaram em ações semelhantes nos portos de Santos (SP), na ilha espanhola de Tenerife e em Hamburgo, na Alemanha.
O Exército, por sua vez, não vai atuar nos portos e aeroportos, mas irá reforçar a fiscalização nas fronteiras, mais especificamente no Paraná, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Dois mil homens da Força atuam no que é chamado pelo governo Lula de “nova Operação Ágata” – a ação é adotada pelo Estado Maior Conjunto das Forças Armadas desde 2011 para fiscalizar os quase 17 mil quilômetros de fronteiras terrestres do País.
“Será uma ação bastante intensa para poder limitar a atuação com liberdade das organizações criminosas”, afirmou o comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva.
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