Domingo, 19 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 16 de março de 2024
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, prorrogou por mais 180 dias o inquérito que apura a existência de milícias digitais antidemocráticas e seu financiamento. No despacho, o magistrado atendeu a um pedido da Polícia Federal, que apontou a necessidade de mais prazo para diligências ainda pendentes. Essa é a décima prorrogação da investigação desde que foi instaurada, em julho de 2021.
O inquérito investiga a existência de uma organização criminosa, de atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político, com a finalidade de atentar contra a democracia e o Estado de Direito. Em janeiro, o magistrado já havia prorrogado o inquérito, também a pedido da Polícia Federal, que tal qual desta vez argumentou que precisava de mais tempo para concluir diligências.
A investigação começou em julho de 2021, depois de o ministro Alexandre de Moraes ter determinado o arquivamento — a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) — do inquérito que investigou atos antidemocráticos a partir de abril de 2020.
Bolsonaro na mira
É nesse inquérito que se apura a tentativa de um golpe de Estado que, segundo as investigações, teria sido organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ministros da gestão dele e militares.
No chamado inquérito das milícias digitais, a Polícia Federal apura a existência de uma organização criminosa que teria a finalidade de atentar contra o Estado Democrático de Direito e se articularia em núcleos político, de produção, publicação e financiamento.
Outra suspeita é de que esse grupo tenha sido abastecido com verba pública.
Segundo a PF, a ação do grupo seria orquestrada com o objetivo de difundir ataques e desinformação, criando e deturpando dados para obter vantagens e auferir lucros – buscando, assim, ganhos políticos, ideológicos e financeiros.
“Identifica-se a atuação de uma estrutura que opera especialmente por meio de um autodenominado ‘gabinete do ódio’: um grupo que produz conteúdos e/ou promove postagens em redes sociais atacando pessoas (alvos) – os ‘espantalhos’ escolhidos – previamente eleitas pelos integrantes da organização, difundindo-as por múltiplos canais de comunicação […], especialmente as redes sociais”, escreveu a delegada.
A PF já apontou que a suposta milícia digital atua de forma anônima e tem como alvos adversários políticos, ministros do STF, integrantes do próprio governo e dissidentes, além da imprensa tradicional.