Quarta-feira, 09 de Julho de 2025

Home Política Ministro da Fazenda diz não ver economia desenvolvida no Brasil com esse “tamanho de desigualdade”

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (8) que não enxerga a economia brasileira como desenvolvida, tendo em vista os níveis de desigualdade social registrados na população. Segundo ele, o crescimento sustentável da economia só acontecerá com a redução das disparidades econômicas.

“Não existe nenhuma economia desenvolvida com esse nível de desigualdade. Nós precisamos enfrentar isso se nós quisermos ter um crescimento sustentável. Fala-se de voo de galinha. O voo de galinha acontece porque as pessoas não têm renda. Não têm renda”, disse Haddad em entrevista ao portal Metrópoles nesta terça.

Na entrevista, o ministro também disse que a agenda econômica do governo “andou pouco” no Congresso Nacional neste ano. Ele disse que ainda aguarda uma reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, para negociar o andamento de medidas.

Na última semana, Haddad havia afirmado que aguardava o retorno de uma ligação de Motta para discutir sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Questionado sobre, o ministro disse que ainda aguarda a conversa com o presidente da Câmara.

“Não, vamos nos ver brevemente. Quando um não quer, dois não brigam, nós não vamos brigar, porque no caso aqui, nenhum dos dois quer. Nenhum dos dois quer, nós temos muito amigos em comum. Eu não tenho nem o direito de ter relações estremecidas com o presidente da Câmara, porque ele é um poder institucional, o Brasil depende da boa condução dos trabalhos dele, eu sou ministro, não tenho mandato”, disse.

“Eu acredito que sim, assim que possível, nós vamos… precisamos encontrar um caminho, retomar o debate. Esse ano a agenda andou pouco, vamos fazer a agenda andar, tem muita coisa boa no Congresso Nacional”, explicou Haddad.

Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, suspendeu os decretos do governo e do Congresso sobre IOF e chamou os dois Poderes para uma mesa de negociação na semana que vem. O ministro disse que fatores como o conflito em torno do IOF, e votação tardia do Orçamento deste ano contribuíram para que a agenda fosse travada no Congresso. Haddad tem a expectativa de que o segundo semestre de 2025 possa ser mais produtivo nas votações na Câmara e Senado.

“Teve eleição da Casa, votação do Orçamento foi muito tardia, porque deu esse atrito em relação a esse tema (derrubada do IOF), mas acredito que agora temos aí um semestre que pode ser muito produtivo. Agora, digo uma coisa, quando o Congresso acerta a agenda, consegue fazer em uma semana o que não faz em um ano, e nós temos uma dúzia de bons projetos da área econômica”, disse.

Em busca de recursos para fechar as contas no azul, que o governo editou em maio um decreto que aumentou o IOF para inicialmente arrecadar R$ 20 bilhões neste ano.

Após uma primeira negociação com o Congresso, o governo reduziu esse decreto para R$ 10 bilhões em 2025. Mesmo após as negociações, a medida foi derrubada pelo Congresso com apoio majoritário de partidos que têm ministérios no governo Lula, que deram 242 dos 383 votos a favor de sustar os decretos. O governo, depois, foi ao STF para manter a alta do IOF.

A decisão de Moraes suspendeu tanto as normas editadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quanto o projeto aprovado pelos parlamentares que sustou o aumento no IOF. Com isso, ficou mantido o estágio atual, em que as alíquotas permanecem as anteriores à elevação do tributo.

 

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