Quarta-feira, 08 de Maio de 2024

Home Brasil Ministros cobrados por Lula recebem menos parlamentares que seus colegas do Centrão

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Cobrados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a conversarem mais com o Congresso na tentativa de amenizar os atritos enfrentados pelo governo, os ministros tiveram 825 encontros com parlamentares neste ano. As agendas públicas mostram que os integrantes do primeiro escalão citados nominalmente na reclamação do chefe do Executivo receberam menos congressistas que seus colegas de Esplanada que pertencem a partidos do Centrão.

No início da semana, o titular do Palácio do Planalto listou Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social), além do vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro da Indústria e Comércio, na fala em que cobrou mais empenho na articulação política.

A lista de encontros é liderada por Alexandre Padilha (Relações Institucionais), cuja função requer o contato diário com deputados e senadores. André Fufuca (Esportes), Celso Sabino (Turismo) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) vêm na sequência — a entrada deles no governo, em meados de 2023, fez justamente parte de um movimento para aproximar o Palácio do Planalto das bancadas partidárias. Logo depois aparece Alckmin, nome citado por Lula no pito e visto por governistas como alguém capaz de quebrar resistências entre setores conservadores caso aprofunde a ação de articulador.

Livros e conversas

Na outra ponta, as ministras Marina Silva (Meio Ambiente) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas), que enfrentam dificuldades com suas pautas no Legislativo, aparecem na parte inferior do ranking. De forma geral, nem todas as atividades dos ministros são registradas no sistema que compila as agendas, o que significa que o número de encontros possivelmente é maior do que o oficial. Além disso, cada reunião sinalizada formalmente pode ter contado com a participação de mais de um parlamentar. Todos os ministérios foram questionados sobre os dados.

Nesta semana, Lula voltou a cobrar publicamente o engajamento de seus auxiliares diretos na articulação política. Segundo a agenda oficial, o ministro Haddad teve 16 encontros com congressistas neste ano e participa com assiduidade de articulações com o Congresso, onde esteve nessa semana para entregar o primeiro texto sobre a regulamentação da Reforma Tributária. Ele tem relação próxima com Lira e com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). No ano passado, a aprovação das mudanças no regime de impostos e do novo arcabouço fiscal teve a participação de Haddad.

Alckmin, por sua vez, totaliza 54 audiências, o que, segundo a assessoria, inclui 85 deputados federais e dez senadores. Após a cobrança de Lula por mais agilidade, o vice publicou um meme nas redes sociais usando uma montagem do desenho animado Papa-Léguas com o seu rosto.

Em primeiro

No topo da lista, Fufuca, Sabino e Costa Filho foram indicados por partidos do Centrão em uma tentativa de ampliar a base de apoio no Congresso. Os três foram eleitos deputados federais em 2022 e estão licenciados dos mandatos. Os laços com o Legislativo, no entanto, permanecem estreitos.

“É impossível em um governo eleito não entender a importância do Congresso Nacional. Ele representa a sociedade, é eleito pela sociedade. O mínimo que a gente vai fazer, no caso, é recebê-los. Vamos buscar aumentar as agendas para ser o primeiro nesse ranking. Os resultados que obtivemos nesse curto espaço de tempo demonstram que estamos no caminho certo”, afirmou Fufuca.

Sabino, por sua vez, esteve na Câmara na terça-feira, por exemplo, dia em que os deputados aprovaram o projeto que cria um teto de R$ 15 bilhões para os incentivos fiscais do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) — a Fazenda participou ativamente das negociações. O Ministério do Turismo afirmou que Sabino esteve com 138 deputados e 17 senadores em 2024.

Costa Filho seguiu na mesma linha e defendeu mais aproximação entre o Planalto e o Congresso. Por outro lado, Marina Silva e Sônia Guajajara, que já enfrentam dificuldade por defenderem pautas rejeitadas pelos parlamentares, aparecem entre as que menos registraram encontros neste ano. Enquanto Marina teve seis, Guajajara aparece com apenas dois encontros registrados na agenda oficial. As informações são do jornal O Globo.

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