Sábado, 08 de Fevereiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 5 de novembro de 2023
O assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, representará o governo brasileiro no Fórum da Paz de Paris, nos próximos dias 10 e 11 (sexta e sábado desta semana). Embora a cúpula, na sua quinta edição, não tenha como objetivo mediar nenhum conflito, o principal assunto será a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas.
Ex-chanceler, Amorim foi convidado como palestrante e vai reforçar a posição do Brasil sobre o conflito no Oriente Médio. O assessor do presidente Lula conversou por telefone com o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, e expôs a inquietação do Palácio do Planalto com a demora na repatriação dos 34 brasileiros que estão retidos na Faixa de Gaza.
Estarão no Fórum da Paz autoridades de peso, como o presidente da França, Emmanuel Macron, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva.
Quem assessora Lula na seara internacional garante, porém, que o Brasil não subirá o tom com Israel pelas ações militares que impactam civis palestinos, como fazem outros países sul-americanos de esquerda, como Bolívia, Chile e Colômbia. O Itamaraty nega haver racha na região.
Empurra
A demora na autorização para que 34 brasileiros, palestinos residentes no Brasil e parentes próximos possam atravessar a fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito demonstra que há um claro jogo de empurra entre os governos israelense e egípcio. Essa é a avaliação de interlocutores do governo envolvidos nas negociações, principalmente aqueles ligados à área diplomática.
As sinalizações são confusas e, diante das pressões de aliados como os Estados Unidos e a União Europeia, Israel e Egito tentam se eximir da responsabilidade de elaborar listas mais justas, que contemplem um volume com maior diversidade de estrangeiros.
A avaliação é que americanos e europeus têm sido claramente privilegiados. Somente na quarta lista, divulgada no sábado (4), havia lugares para 386 cidadãos dos EUA, 112 do Reino Unido, 51 da França e 50 da Alemanha.
Uma nota divulgada pela Embaixada israelense em Brasília mostra essa contradição, enfatizou um integrante do governo. A representação diplomática culpou o Hamas pela demora na liberação dos brasileiros, um dia depois do chanceler de Israel, Eli Cohen, prometer ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que a autorização sairá, na pior das hipóteses, até esta quarta.
Mauro Vieira já falou com o chanceler egípcio, Sameh Shoukry, cinco vezes, e três vezes com Eli Cohen. Na última segunda (30), quando ainda estava em Nova York, Vieira falou ao telefone com o primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman al-Thani; e o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken.
Também na tentativa de apressar a liberação dos brasileiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou com os presidentes de Israel, Isaac Herzog; do Egito, Abdul Fatah Khalil al-Sisi; e da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.
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