Sexta-feira, 19 de Abril de 2024

Home em foco Obesidade aumenta risco de morte por covid entre jovens adultos

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Um estudo feito por pesquisadores brasileiros publicado na revista científica
The Lancet Regional Health, mostra que a obesidade aumenta em até 4,4 vezes o risco de morte em adultos jovens, de 20 a 39 anos, hospitalizados com a forma grave da covid-19. Em pacientes de 40 a 59 anos e idosos, a influência é menor: o risco de óbito sobe em até 2,7 vezes e em até 1,6 vez, respectivamente.

Quando analisados pacientes obesos com diabetes e doenças cardiovasculares
associadas, novamente o perigo aumenta de forma significativa entre os adultos jovens – até 7,4 vezes na comparação com pessoas saudáveis da mesma faixa etária. Em adultos de 40 a 59 anos, chega o crescimento do risco chega até 5 vezes maior e em idosos, até 1,9 vez.

“O estudo aponta uma importante associação entre obesidade e idade no agravamento e no óbito da covid-19. Isso deve ser levado em conta pelo poder
público no momento de definição dos grupos prioritários, nas futuras campanhas de vacinação contra o SARS-CoV-2”, diz Helder Nakaya,  pesquisador do Hospital Israelita Albert Einstein e do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) e um dos autores do trabalho.

A pesquisa foi realizada por meio de uma análise retrospectiva de dados públicos extraídos do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da
Influenza (Sivep-Gripe), do Ministério da Saúde. Das 1,1 milhão de cadastrados com a covid-19 no período anterior ao início da vacinação – 16 de fevereiro de 2020 a 17 de janeiro de 2021 –, foram selecionados 313,8 mil pacientes hospitalizados, com idades entre 20 e 89 anos, com IMC igual ou maior que 25 kg/m2, doenças cardiovasculares e diabetes.

Pessoas sem doença crônica ou obesidade que também foram internadas fizeram parte do grupo controle. Os pacientes foram divididos em dois grupos: 164 mil sem fatores de risco (IMC menor que 24,9 kg/m2 e sem comorbidades) e 149 mil pacientes com obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes ou qualquer combinação desses fatores. Pacientes com outras comorbidades, gestantes e puérperas foram excluídos da amostra.

Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) divulgados em outubro de 2020 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que 96 milhões de pessoas no país (60,3%) apresentam IMC acima de 25 kg/m2 e têm, por tanto, excesso de peso.

Além de Nakaya, são autores do estudo os pesquisadores Michelle Giscacciati,
da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) e da Faculdade de Ciências Biomédicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Sirlei Siani, da Faculdade de Ciências Biomédicas da Unicamp e Ana Campa, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP. O trabalho foi financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

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