Terça-feira, 23 de Abril de 2024

Home em foco Pandemia vai ficar se não vacinarmos todo mundo, afirma diretor do Prêmio Nobel

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Nesta terça-feira (16), cinco ganhadores do Prêmio Nobel se reuniram virtualmente com 80 estudantes de 24 países da América Latina e do Caribe. O Brasil foi o país com o maior número de representantes, 16 no total.

Os alunos conversaram com a microbióloga francesa Emmanuelle Charpentier, laureada com o Nobel de Química do ano passado, a australiana Elizabeth Blackburn e a norueguesa May-Britt Moser, ganhadoras do prêmio de medicina em 2009 e 2014 respectivamente, além do americano Saul Perlmutter, Nobel de Física de 2011, e o holandês Bernard Feringa, Nobel de Química em 2016.

No encontro, os laureados estiveram reunidos com estudantes de graduação e pós-graduação. Divididos em cinco salas virtuais, eles debateram questões como a responsabilidade dos cientistas e a construção de diálogos entre a ciência, os atores políticos e a sociedade.

Os cinco Prêmio Nobel também propuseram desafios científicos aos jovens e responderão a questões propostas pelos estudantes.

Diplomata e ex-ministro do Clima e do Meio Ambiente da Noruega, Vidar Helgesen é desde o início deste ano diretor-executivo da Fundação Nobel, que concede o prestigiado prêmio. Nesta entrevista para o jornal O Estado de S. Paulo, concedida por ocasião desse encontro virtual entre cientistas laureados e estudantes da América Latina, Helgesen fala sobre aquecimento global, pandemia de covid-19 e negacionismo, mas evita polêmicas sobre as premiações mais recentes.

“A mobilização científica foi sem precedentes. A colaboração internacional levou à produção de várias vacinas em tempo recorde; é uma grande conquista da ciência”, afirmou ele, sobre a resposta mundial à pandemia. “Infelizmente, o mundo não foi igualmente bem sucedido em levar a vacina a todos os cantos do planeta. O compartilhamento do imunizante ainda é muito desigual.”

1) De fato, a ciência está sob ataque em muitos países, inclusive no Brasil. Como a Fundação Nobel pode ajudar na luta mundial contra o negacionismo e as fake news?

O negacionismo e as fake news são sem dúvida um dos maiores desafios do nosso tempo. Em setembro passado, ao discursar na Assembléia Geral da ONU, o secretário-geral Antonio Guterres falou sobre a necessidade de as decisões serem tomadas com base na ciência. Os laureados nas mais diversas disciplinas, os cientistas mais prestigiados do mundo, vêm alertando para a importância da busca por provas científicas. É por isso também que fazemos eventos assim, reunindo estudantes e cientistas agraciados com o Nobel, para reforçar a importância da ciência.

2) A despeito da infodemia, das fake news e do negacionismo, a ciência teve um papel crucial na pandemia de covid-19, como o desenvolvimento de várias vacinas contra a doença em menos de um ano….

A mobilização científica foi sem precedentes. A colaboração internacional levou à produção de várias vacinas em tempo recorde; é uma grande conquista da ciência. Infelizmente, o mundo não foi igualmente bem sucedido em levar a vacina a todos os cantos do planeta. O compartilhamento do imunizante ainda é muito desigual. Em minha parte do mundo, estamos discutindo a importância de uma terceira dose de reforço e ainda tem muita gente que não tomou a primeira dose. Temos evidências científicas sólidas de que a pandemia não irá embora se não vacinarmos todo mundo. Esse é um tema crítico no qual a ciência não é a única coisa que importa, a política é importante também. E há ainda o desafio de disseminar a mensagem sobre a importância da vacinação, que deveria ser levada a cabo por cientistas e políticos em conjunto.

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