Quinta-feira, 25 de Abril de 2024

Home Mundo Papa aceita renúncia do arcebispo de Paris após acusação sobre relacionamento íntimo com uma mulher

Compartilhe esta notícia:

O papa Francisco aceitou a renúncia de monsenhor Michel Aupetit, arcebispo de Paris (França). Conforme anúncio feito nesta quinta-feira (2) pelo Vaticano, o religioso de 70 anos apresentou em novembro o seu pedido de afastamento ao líder da Igreja Católica, após notícias na imprensa mencionaram que ele mantinha relacionamento com uma mulher, fato que ele negou.

A diocese local admitiu que o arcebispo se comportou de maneira “ambígua” com uma mulher em 2012, mas rejeitou a ideia de que um contato amoroso ou sexual. Também garantiu que, naquela época, Aupetit procurou os superiores para informar sobre a situação.

A Conferência Episcopal francesa confirmou nesta quinta-feira a decisão do papa e a nomeação de Georges Pontier, arcebispo emérito da cidade de Marselha, ao cargo de administrador apostólico de Paris.

Em um comunicado, monsenhor Aupetit se declarou “muito perturbado” com os ataques sofridos, mas afirmou que tem “o coração em paz”.

O arcebispo se notabilizou por administrar a crise pelo incêndio na Catedral de Notre-Dame de Paris, em 2019, e tem a fama de ser muito rígido no que diz respeito a questões como família e bioética.

Abusos

A renúncia do arcebispo acontece em um contexto de choque dos católicos franceses, depois que uma comissão independente calculou em outubro que padres e religiosos abusaram de quase 216 mil menores de idade no país  europeu entre 1950 e 2020.

Nesta semana, após a divulgação de um relatório independente sobre a conduta de integrantes do clero e fiéis, o papa Francisco demonstrou “vergonha, tristeza e pesar” pelas vítimas de abusos sexuais na Igreja Católica da França.

O documento com 2,5 mil páginas aponta que ao menos 216 mil crianças foram abusadas nos últimos 70 anos, número que pode ultrapassar os 300 mil se incluídas vítimas de pessoas da esfera da Igreja que não compõem o corpo eclesiástico (catequistas, professores e supervisores).

Conforme com as descobertas, a Igreja mostrou “por anos, indiferença profunda, total e até cruel”, protegendo-se em vez de ajudar as vítimas. Estima-se que o total de abusadores fique entre 2,9 mil e 3,2 mil – dois terços deles, eram padres. Dentre as vítimas, 80% eram meninos e com idade entre 10 e 13 anos.

Na maioria dos casos, os atos estão prescritos e os autores dos abusos já morreram, mas o relatório aponta 22 supostos crimes que ainda podem ser investigados. Todos foram encaminhados ao Ministério Público. Outros 40 casos muito antigos para serem processados, mas que envolvem pessoas que ainda estão vivas, foram encaminhados aos dirigentes da Igreja.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Brasil e Argentina celebram reaproximação, mas proximidade entre Fernández e Lula ainda pode atrapalhar
Ex-presidente da Argentina vira réu em caso de espionagem
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play

No Ar: Show de Notícias