Terça-feira, 23 de Abril de 2024

Home em foco Polícia de Londres diz que assassinato de deputado a facadas foi ato terrorista ligado a extremismo islâmico

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O Globo e agências internacionais
15/10/2021 – 10:36 / Atualizado em 15/10/2021 – 20:57
O parlamentar conservador do Reino Unido David Amess Foto: Richard Townshend / Parlamento britânico / via AFP
O parlamentar conservador do Reino Unido David Amess Foto: Richard Townshend / Parlamento britânico / via AFP
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LONDRES — O assassinato do parlamentar conservador britânico David Amess, que morreu nesta sexta-feira após ser esfaqueado diversas vezes, foi classificado pela polícia do Reino Unido como um ato terrorista.

Amess foi atacado enquanto fazia uma reunião com eleitores em uma igreja metodista em Leigh-on-Sea, no condado de Essex, no Sudoeste da Inglaterra. Sua morte gerou consternação em todo o espectro político britânico, e gerou preocupação com a segurança dos políticos dos políticos do país.

À noite, a polícia informou que um homem de 25 anos, que se acredita ser um britânico de ascendência somaliana, está sob custódia, preso sob suspeita de assassinato. Em um comunicado, a Polícia Metropolitana — também conhecida como Scotland Yard —informou que o incidente foi declarado oficialmente como terrorismo. A investigação inicial revelou “uma motivação potencial ligada ao extremismo islâmico”, disse a força.

Segundo as autoridades, a polícia está realizando buscas em dois endereços na área de Londres. Até o momento, a polícia acredita que o homem tenha agido sozinho. O secretário do Interior pediu para a polícia revisar os protocolos de segurança dos parlamentares.

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Segundo parlamentar britânico a ser assassinado em pouco mais de cinco anos, David Amess chegou a receber tratamento de paramédicos na igreja, mas não resistiu aos ferimentos.

Casado e pai de cinco filhos, o correligionário do premier Boris Johnson tinha 69 anos e era parlamentar desde 1983. De acordo com o Guardian, os paramédicos tentaram ressuscitá-lo por um longo período e uma ambulância aérea chegou a ser deslocada para o local, mas não foi necessária.

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"Trump perdeu. Chega de auditorias", diz o outdoor gigante na Time Square, em Nova York. Ação foi promovido por grupo de republicanos contrários ao ex-presidente dos EUA Donald Trump Foto: EDUARDO MUNOZ / REUTERS
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Crianças afegãs passam por sua escola repleta de marca de balas, na vila de Babro, no distrito de Arghandab Foto: JAVED TANVEER / AFP
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O magnata americano do mercado imobiliário Robert Durst foi condenado à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional pelo assassinato de Susan Berman, no Tribunal do Aeroporto, em Los Angeles, Califórnia, EUA. Ele matou a melhor amiga para que ela não testemunhasse contra ele sobre o assassinato da própria esposa Foto: POOL / REUTERS
O magnata americano do mercado imobiliário Robert Durst foi condenado à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional pelo assassinato de Susan Berman, no Tribunal do Aeroporto, em Los Angeles, Califórnia, EUA. Ele matou a melhor amiga para que ela não testemunhasse contra ele sobre o assassinato da própria esposa Foto: POOL / REUTERS
Mulher tira uma selfie com um pôster com a imagem de seu pai, desaparecido devido ao conflito de guerra, durante uma intervenção de protesto na praça Bolívar, em Bogotá, Colômbia Foto: JUAN BARRETO / AFP
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Georgianos se reúnem para exigir a libertação do ex-presidente e líder da oposição preso Mikheil Saakashvili em Tbilisi Foto: VANO SHLAMOV / AFP
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Ativista da Extinction Rebellion é carregada por policiais durante protesto no quarto dia de ação da Semana da Rebelião Climática em Haia, na Holanda Foto: BART MAAT / AFP
Ativista da Extinction Rebellion é carregada por policiais durante protesto no quarto dia de ação da Semana da Rebelião Climática em Haia, na Holanda Foto: BART MAAT / AFP
Inicialmente, a polícia de Essex confirmou a morte de um homem, mas não deixou claro se seria ou não Amess. No fim da tarde (início da tarde no Brasil), contudo, o comissário Roger Hirst confirmou a identidade de Amess, que em 2015 recebeu da rainha Elizabeth o título de cavaleiro da Coroa britânica por seu serviço público.

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“Ele foi tratado pelos serviços de emergência, mas lamentavelmente morreu na cena do crime”, disse a instituição, em um comunicado, afirmando que receberam um chamado de emergência por volta de 12h05 (8h05, hora de Brasília). “Um homem de 25 anos foi rapidamente preso após os policiais chegarem na cena do crime por suspeita de homicídio, e uma faca foi recuperada.”

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Várias autoridades, tanto conservadoras quanto trabalhistas, lamentaram a morte do político da ala direita do partido governista, notório por suas visões eurocéticas e por seu apoio ao Brexit. A bandeira britânica foi posta a meio-mastro em Downing Street, a sede do governo, e no Parlamento.

“Os nossos corações estão cheios de choque e tristeza pela morte de David Amess”, disse em uma nota o premier Boris Johnson, que saiu de uma reunião em Bristol para retornar às pressas para Londres após o assassinato. Segundo o premier, seu “colega querido” era uma das “melhores emais gentis pessoas na política” e “acreditava com paixão neste país em seu futuro”.

Bandeira britânica é posta a meio-mastro em Downing Street, a sede do governo Foto: TOBY MELVILLE / REUTERS
Bandeira britânica é posta a meio-mastro em Downing Street, a sede do governo Foto: TOBY MELVILLE / REUTERS
‘Ataque contra a democracia’
Vários integrantes do Gabinete, como o vice-premier Dominic Raab e os secretários Sajid Javid, da Saúde, e Rishi Sunak, das Finanças, fizeram declarações lamentando a morte. O líder trabalhista, Keir Starmer, por sua vez, emitiu um comunicado afirmando que este é um dia “triste e chocante”, afirmando que o país precisa se unir para “mostrar mais uma vez que a violência, intimidação e ameaças à democracia vão prevalecer”.

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Todos os ex-premieres vivos — John Major, Tony Blair, Gordon Brown, David Cameron e Theresa May — emitiram notas similares:

“David e eu chegamos juntos no Parlamento em 1983”, disse o trabalhista Blair. “Mesmo de lados opostos do espectro político, sempre o considerei um colega cortês, decente e agradável que era respeitado por toda a Câmara dos Comuns. É um dia terrível e triste para a democracia.”

O esfaqueamento traz ecos de outros crimes contra parlamentares britânicos nos últimos anos: em 2010, Stephen Timms, outro conservador, foi esfaqueado. O mais notório, contudo, foi o assassinato da trabalhista Jo Cox, em 2016, morta a tiros a uma semana do referendo em que o Reino Unido votaria pelo Brexit.

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Ela foi morta por um homem de extrema direita enquanto saía de uma reunião com eleitores em West Yorkshire. Ao atacá-la, ele gritou “Reino Unido em primeiro lugar”, um dos slogans do movimento pela saída do bloco europeu. O responsável pelo crime, Thomas Mair, foi condenado à prisão perpétua.

“Um ataque aos nossos representantes eleitos é um ataque à democracia em si”, escreveu no Twitter Brendan Cox, marido da parlamentar assassinada, após a notícia da morte de Amess. “Não há desculpa, não há justificativa. É algo muito covarde.”

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Em nota, o príncipe William e a princesa Catherine afirmaram estar “chocados e entristecidos pelo assassinato de Sir David Amess, que dedicou 40 anos de sua vida a servir à sua comunidade.”

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Sem cúmplices
De acordo com a polícia, os investigadores acreditam que o ataque desta sexta tenha sido um ato solitário e que não há riscos para o público geral. As autoridades fizeram também um apelo para que possíveis testemunhas ou qualquer pessoa com acesso à câmeras de vigilância na região do crime ou outro tipo de gravação entre em contato com os policiais.

Por mais que nunca tenha ocupado um cargo no Gabinete, Amess era popular com outros parlamentares e conhecido por suas contribuições em debates na Câmara dos Comuns, especialmente em assuntos relacionados a Essex. Segundo seu site oficial, seus principais interesses eram assuntos relacionados à oposição ao aborto e ao direito dos animais.

O tipo de evento do qual o parlamentar participava, reuniões com seus eleitores, é algo corriqueiro na política britânica, como uma audiência na qual a população pode expressar suas demandas e preocupações. Segundo o presidente da Câmara dos Comuns, Lindsay Hoyle, o esquema de segurança dos deputados será revisado nos próximos dias, promessa também feita pela secretária do Interior, Priti Patel.

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— Tenho certeza que todos esses assuntos [relacionados à segurança] serão abordados quando for a hora certa — disse Boris, ao ser questionado sobre o assunto, afirmando que o momento é de “deixar a polícia prosseguir com a investigação. — Agora é hora de pensar no sir David, na sua mulher e na sua família.

 

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