Domingo, 25 de Maio de 2025

Home Saúde Por que temos diferentes tipos sanguíneos? Entenda a surpreendente história do sangue humano

Compartilhe esta notícia:

Você já parou para se perguntar por que algumas pessoas têm sangue tipo “A”, outras “B”, “AB” ou “O”? Ou então por que existe o famoso “fator Rh”, que pode ser positivo ou negativo? Esses detalhes, hoje essenciais em transfusões de sangue e na medicina em geral, têm raízes profundas na história evolutiva da humanidade. E revelam como nosso organismo se adaptou para sobreviver a ameaças invisíveis: as doenças.

A existência de diferentes tipos sanguíneos é resultado de mutações genéticas que ocorreram ao longo de milhões de anos. O sistema mais conhecido, chamado “ABO”, foi descoberto no início do século 20 – mas sua origem remonta aos nossos ancestrais mais antigos.

Pesquisadores acreditam que o tipo “O” é o mais antigo, presente nos primeiros humanos. Já o “A” e o “B” surgiram posteriormente, a partir de alterações genéticas que modificaram a superfície dos glóbulos vermelhos. O “AB”, por sua vez, é resultado da combinação dos dois.

Essas variações não surgiram por acaso. Estudos sugerem que elas foram moldadas por uma poderosa força evolutiva: a luta contra infecções.

A ciência já demonstrou que diferentes tipos sanguíneos conferem vantagens específicas na resistência a doenças. O tipo “O”, por exemplo, está associado a uma maior proteção contra formas graves de malária, o que explicaria sua alta prevalência em regiões da África e da América Latina.

Já o tipo “A” pode oferecer certa resistência a bactérias específicas, embora também esteja ligado a maior risco de outras infecções. O “B”, mais comum na Ásia, também pode ter evoluído como resposta imunológica a doenças locais.

Em outras palavras, nossos grupos sanguíneos contam uma história de sobrevivência: populações em diferentes partes do mundo foram moldadas por epidemias e pressões ambientais que favoreceram certos perfis genéticos.

Outro elemento importante é o fator Rh, uma proteína que também está presente (ou ausente) nos glóbulos vermelhos. Cerca de 85% da população mundial é Rh positivo, ao passo que os 15% portadores de Rh negativo têm origens misteriosas e evolutivas.

Embora este último possa causar complicações na gravidez (quando há incompatibilidade entre a mãe e o feto),  também pode ter oferecido alguma vantagem imunológica, ainda não totalmente compreendida. Isso explicaria sua persistência em populações europeias.

“Mapa da humanidade”

A distribuição dos tipos sanguíneos ao longo do planeta forma um verdadeiro mapa genético da história humana. Mais do que uma simples curiosidade médica, esses grupos revelam como diferentes populações se adaptaram às ameaças do ambiente, às mudanças climáticas e às migrações.

Conhecer essas origens também ajuda a medicina moderna a salvar vidas. Seja por meio de transfusões seguras, doações compatíveis e cuidados específicos no período de gestação.

A próxima vez que você olhar para sua carteira de doador ou responder “qual seu tipo sanguíneo?”, lembre-se: essa pequena informação carrega milhões de anos de história evolutiva e uma batalha constante contra as doenças.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Saúde

Dormir menos de cinco horas por noite pode desencadear Alzheimer
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play

No Ar: Pampa Na Madrugada