Quinta-feira, 18 de Abril de 2024

Home em foco Presidente do PDT diz que pressão do PT está “destruindo pontes para relações futuras”

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A pressão do PT para que o presidenciável do PDT, Ciro Gomes, retire seu nome da disputa gerou reação dentro do partido. Segundo o presidente da sigla, Carlos Lupi, a insistência em interferir em uma “candidatura irreversível” tem revoltado a base pedetista, o que pode fazer com que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fique sem apoio, caso avance ao segundo turno contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na avaliação de Lupi, “ninguém tem o direito de interferir na autonomia” do PDT e da candidatura de Ciro, assim como o PDT não tenta reverter a candidatura petista. Ele explica, no entanto, que essa tentativa nunca partiu da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, mas tem sido sutilmente sugerida por parlamentares petistas. A iniciativa, segundo Lupi, pode ter efeito inverso e acabar afastando quadros pedetistas ainda mais da campanha de Lula.

“A Gleisi nunca me falou nisso, é uma mensagem subliminar que vai sendo passada sutilmente pelos deputados do partido. Mas cada vez que falam isso, vão destruindo pontes para relações futuras. Isso vai revoltar a nossa base, já está revoltando. Se continuar assim, vai chegar lá na frente e muita gente vai querer votar nulo”, afirma Lupi.

Com as investidas, o PT tenta atrair os eleitores do PDT e facilitar uma vitória de Lula ainda no primeiro turno. O petista teve bom desempenho no Datafolha e, se a eleição acontecesse hoje, de acordo com o cenário apresentado pela pesquisa, Lula seria eleito no primeiro turno com 54% dos votos válidos. Para Lupi, porém, a candidatura de Ciro “não está em dúvida”.

“Não temos renúncia no nosso dicionário, é irreversível, vamos até o fim. Temos a nossa candidatura, temos esse direito, queremos discutir um projeto. O Ciro escreveu um livro sobre o projeto dele e ele quer discutir com o Brasil, temos esse direito”, enfatiza o presidente do PDT.

“Rejeição baixa”

Dois dias após a divulgação da pesquisa Datafolha mais recente, o clima no PDT é de otimismo, de acordo com Lupi. O levantamento registrou 48% das intenções de voto em Lula, contra 27% de Bolsonaro, nas duas primeiras colocações. Ciro vem logo em seguida, com 7%, e tem se consolidado como o nome mais forte entre candidatos da chamada terceira via, embora até o momento não tenha conseguido avançar e ameaçar os dois primeiros.

Para Lupi, a terceira colocação mostra que, diferentemente de nomes como o ex-juiz Sergio Moro (União) e o ex-governador João Doria (PSDB), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD) e o apresentador Luciano Huck — nomes que desistiram após serem cotados para a disputa presidencial — a candidatura de Ciro Gomes é sólida.

Apesar da distância para Lula e Bolsonaro, ele enxerga na baixa rejeição do pré-candidato do PDT o caminho para tentar crescer na disputa. Segundo o Datafolha, Ciro tem 19% de rejeição, contra 33% de Lula e 54% de Bolsonaro.

“Significa que tem um potencial de crescimento bom. E ele ampliou a vantagem dele no segundo turno contra Bolsonaro, o que quebra a ideia de que só o Lula pode vencer Bolsonaro”, completa Lupi.

O presidente do PDT afirma também manter conversas com outros partidos que mantém nomes na disputa ao Planalto, como União Brasil e o MDB, mas explica que acordos concretos só serão fechados no período das convenções.

“A gente faz, na política, do diálogo um instrumento permanente, mas ninguém pode obrigar ninguém àquilo que não quer. Respeitamos a candidatura da Simone Tebet”, finaliza.

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