Sexta-feira, 29 de Março de 2024

Home em foco Presidente do PSDB convoca Executiva Nacional após Doria enviar carta em que cita “tentativas de golpe”

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O presidente do PSDB, Bruno Araújo, convocou no sábado (14) reunião da Comissão Executiva Nacional do partido após o ex-governador de São Paulo João Doria enviar uma carta em que cobra respeito ao resultado da eleição interna da legenda que o definiu como pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto. A reunião da Executiva está agendada para a próxima terça-feira (17).

Conforme divulgado pela colunista Ana Flor, em carta endereçada a Bruno Araújo, o ex-governador de São Paulo subiu o tom ao reafirmar que não vai desistir da candidatura e indicou que pode judicializar a situação, caso seja abandonado pela sigla.

No documento, Doria pede a Bruno Araújo que respeite a vontade dos filiados do partido que participaram das prévias que o definiram como o pré-candidato tucano ao Palácio do Planalto.

Em outro ponto, o ex-governador diz que, antes mesmo das prévias, existia uma “movimentação de parte da cúpula” do PSDB contra ele e que, depois do processo interno, “tentativas de golpe continuaram acontecendo”.

Após receber a carta, Bruno Araújo enviou um comunicado à Comissão Executiva Nacional do PSDB e aos deputados e senadores da legenda, convocando a reunião.

No comunicado, o presidente do PSDB cita trechos do documento enviado por Doria, que, segundo interlocutores de Bruno Araújo, foi considerado uma afronta aos integrantes da cúpula partidária. A mensagem diz que, no encontro, eventuais medidas poderão ser adotadas, sem especificar quais.

Bruno Araújo chegou a ser o coordenador da pré-campanha de João Doria, mas foi retirado da função pelo ex-governador em abril.

Terceira via

Em novembro do ano passado, Doria foi escolhido como pré-candidato do PSDB à Presidência da República ao derrotar o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio.

Na ocasião, após um processo tumultuado, o ex-governador de São Paulo recebeu 53,99% dos votos, enquanto Leite obteve 44,66% e Virgílio, 1,35%.

Apesar de ter realizado as prévias, o PSDB manteve contato com outras legendas, como o MDB e o Cidadania, a fim de construir uma candidatura única de centro ao Palácio do Planalto, que tem sido chamada de “terceira via”. Seria uma alternativa aos nomes do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No comunicado aos integrantes da Executiva Nacional, Bruno Araújo afirma que as articulações com outras siglas de centro contaram com a “anuência” de João Doria.

“Todas as negociações até este momento de uma aliança em torno de uma candidatura única se iniciaram com notória anuência do ex-governador de São Paulo, pré-candidato do PSDB à Presidência, e com o aval da Executiva Nacional do Partido e das bancadas no Congresso Nacional”, diz Araújo.

As conversas em torno de uma candidatura única da terceira via, entretanto, não têm avançado. Recentemente, o União Brasil, presidido pelo deputado Luciano Bivar (PE), que estava participando das negociações, anunciou o desembarque do partido do grupo. Segundo Bivar, o União Brasil terá candidatura própria no pleito de outubro.

O impasse dentro do PSDB e a indicação, por meio de pesquisas eleitorais, de uma disputa polarizada entre Lula e Bolsonaro fizeram o ex-ministro das Relações Exteriores e ex-senador Aloysio Nunes anunciar apoio ao petista na disputa.

Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, Aloysio Nunes, que é filiado ao PSDB há décadas, disse que Doria “não tem apoio consistente dentro do próprio PSDB”. E declarou que Lula é o candidato capaz de derrotar Jair Bolsonaro. “Não há hesitação possível. Vou apoiá-lo [Lula] no primeiro turno”, afirmou Nunes.

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