Domingo, 28 de Abril de 2024

Home Mundo Primeiro ministro das Ilhas Virgens Britânicas é preso nos Estados Unidos em ação de agência americana antidrogas

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O premier das Ilhas Virgens Britânicas foi preso em Miami, nos Estados Unidos, acusado de lavar dinheiro e de participar de uma trama para importar substâncias controladas, de acordo com um comunicado emitido pelo território caribenho publicado na semana passada.

Andrew Fahie, o político, foi preso em uma operação da agência de combate às drogas dos EUA, segundo o governador da Ilhas Virgens Britânicas, John Rankin.

“Eu sei que isso será uma novidade chocante para as pessoas no território, e eu peço calma nesse momento”, afirmou Rankin.

O departamento de combate às drogas dos EUA não fez nenhum comentário até o momento.

Captagon, a “cocaína dos pobres”

Uma velha droga está de volta no mundo árabe: o captagon. Por anos, ela foi utilizada como antidepressivo vendido sob prescrição médica no Ocidente, embora mais tarde tenha sido proibida quando seu alto potencial viciante foi demonstrado.

Até pouco tempo atrás, dizia-se que sua produção era uma das fontes de receita do autodenominado Estado Islâmico — e por isso ela foi apelidada de “droga dos terroristas”.

Agora, investigações garantem que sua produção e distribuição em larga escala no Golfo Pérsico e no Oriente Médio é uma questão de Estado.

“Nosso estudo mostrou que o captagon se tornou a principal fonte de receita do governo sírio”, disse à BBC News Mundo (serviço de notícias em espanhol da BBC) Caroline Rose, pesquisadora do Newlines Institute for Policy and Strategy, um centro de estudos com sede em Washington que publicou recentemente um relatório sobre a produção de drogas na Síria.

“Tudo sugere que pessoas próximas ao [presidente sírio] Bashar Al-Assad, incluindo seu irmão mais novo Maher al-Assad, comandante da Quarta Divisão Blindada do Exército [uma unidade de elite], estão por trás desse negócio, que se tornou o principal produto de exportação da Síria.”

O governo sírio negou diversas vezes estar envolvido na produção do captagon. As autoridades sírias afirmam que os diversos relatórios e estudos sobre o assunto são falsos.

“A Síria desempenha um papel importante no apoio aos esforços da comunidade internacional para combater o crime em geral e o tráfico de drogas, em particular”, escreveu o Ministério do Interior do país no Facebook em dezembro passado.

O ministro do Interior sírio, Muhammad al-Rahmoun, disse à agência de notícias estatal Athr Press em outubro de 2021 que “a Síria é um país livre de drogas”, mas que sua localização geográfica “a torna um país de trânsito”.

No entanto, o estudo do Newlines Institute for Policy and Strategy não é o único que aponta o dedo para o governo sírio.

Diversas fontes diferentes acusam o governo: relatórios da guarda costeira de vários países, incluindo Itália e Jordânia, investigações dos jornais The New York Times e The Guardian, o Projeto de Reportagem de Crime Organizado e Corrupção (OCCRP, na sigla em ingês) e o Centro de Análise e Pesquisa Operacional (COAR).

“A falta de atividades econômicas convencionais aumentou a atratividade relativa da especulação de drogas em escala industrial, que foi amplamente capturada e controlada por empresários ligados ao regime do presidente sírio Bashar al-Assad e aliados estrangeiros do regime”, indicou o COAR no ano passado.

Com a economia síria em frangalhos após uma década de guerra e incapaz de se recuperar de sanções internacionais, o captagon se tornou uma indústria multibilionária, segundo pesquisas.

“As áreas onde a produção de captagon é mais pronunciada são aquelas controladas pelo regime de al-Assad e seus parentes próximos”, diz o analista do COAR Ian Larson. “É uma conexão circunstancial, mas indicativa.”

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