Sexta-feira, 26 de Abril de 2024

Home em foco Quero que a história me defina como o homem que acabou com a pandemia, diz o ministro da Saúde Marcelo Queiroga

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No gabinete do ministro da Saúde, dois retratos chamam a atenção: de um lado da sala, está um quadro de Carlos Chagas, um dos pesquisadores mais renomados da história do Brasil, e do outro, uma foto de Jair Bolsonaro dando um abraço em Marcelo Queiroga. A decoração ilustra como o cardiologista paraibano tenta conviver com lados opostos, entre cientistas que referendam a vacina e o presidente que defende medicamentos cuja ineficácia está comprovada.

Ao se equilibrar entre um grupo e outro, Queiroga permanece sentado numa cadeira espinhosa há mais de dez meses, superando a gestão do general Eduardo Pazuello.

O seu desejo, segundo ele, é entrar para a história como o “homem que acabou com a pandemia da Covid-19”. No Brasil, mais de 626 mil pessoas morreram infectadas pelo coronavírus.

A seguir, acompanhe os principais trechos da entrevista.

1. Está em estudo pelo Ministério da Saúde incluir a vacina para crianças contra a covid-19 no Programa Nacional de Imunizações (PNI)? Claro que está. Se for necessário e se chegarmos à conclusão de que se deve vacinar as crianças todos os anos, não há dúvida (de que será incluída).

2. Teremos a quarta dose? Quando a gente fala em quarta dose, passa a ideia de que as vacinas não são efetivas. “Ah, todo ano vamos precisar nos vacinar contra a  covid?”. Sinceramente, não sei. É possível que sim. Vamos acabar com a pandemia, mas com a doença, não. Às vezes, o vírus perde a força, então, pode ser que tenhamos que vacinar somente grupos específicos, como idosos e crianças. Isso precisa ser conhecido ao longo do tempo. O grupo técnico da Secovid (Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19) já estuda isso, provavelmente vamos aplicar as vacinas seguindo aquela mesma sequência: idosos, profissionais de saúde…

3. Já há algum indício de autoria dos ataques hackers ao sistema da Saúde? Essas questões são com a Polícia Federal. Eu não estou acompanhando essas investigações, porque a minha atenção principal é a pandemia. O que me deixa mais apavorado é a possibilidade de uma pressão sobre o sistema de saúde e nós não termos leitos para atender a população, sobretudo uma doença que causa Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

4. O senhor se arrepende da forma como respondeu a manifestantes em Nova York, fazendo um gesto obsceno? Não me arrependo do que faço. Mas, na época, me lembrei do evangelho: aqueles que não têm pecado que atire a primeira pedra. Naturalmente que a nossa natureza humana é suscetível a falhas e acertos. Eu já acertei muito e errei. Sempre que posso, não gosto de ficar persistindo nos mesmos erros.

5. O senhor avalia sair candidato nas eleições deste ano? Sou candidato a cumprir o meu compromisso com o presidente Bolsonaro: apoiá-lo no seu projeto em relação ao povo do Brasil. O meu objetivo é trabalhar com ele aqui na saúde pública. Tenho 56 anos. Até hoje, eu só fui candidato das sociedades científicas que presidi e acho que cumpri o meu papel. Na vida político-partidária, eu nunca participei. Sou muito consciente do meu dever. Primeiro como brasileiro. Depois, como médico.

6. O senhor disse recentemente que a história irá julgá-lo como ministro. Como acha que a história vai te definir? Eu quero que (a história) me defina como o homem que acabou com a pandemia da covid. Tanto que eu coloquei aqui o Carlos Chagas. Quem veio descerrar esse quadro, que é um quadro histórico, do acervo da Fundação Oswaldo Cruz, foi o presidente Bolsonaro. Ele ajudou o Brasil a vencer a pandemia lá do século atrás, né? Admiro muito o Carlos Chagas. Não que eu seja nem um décimo do que ele foi. Deveria ter recebido o Prêmio Nobel de Medicina pelas pesquisas em relação à doença de Chagas. Então eu quero ser lembrado dessa forma.

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