Segunda-feira, 10 de Novembro de 2025

Home em foco Responsáveis por volumes importantes de emissões de gases que aquecem o planeta, setores como de óleo e gás e da agropecuária também vão à COP-30, a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas

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Setores como de óleo e gás e da agropecuária, responsáveis por volumes importantes de emissões de gases que aquecem o planeta, também vão à COP-30, a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, em Belém. Entidades que reúnem o setor e empresas costumam participar tanto com painéis dentro do espaço das negociações, como fora, além de, em alguns casos, terem delegados credenciados.

É comum que organizações civis e o setor privado participem da COP. Nesse caso, seus representantes recebem crachá de “observadores”, que dão acesso a negociadores e discussões.

ONGs que atuam na área ambiental e climática, como o Observatório do Clima, e entidades setoriais, como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), estão entre essas organizações credenciadas pela ONU para acompanharem as negociações, compartilhando conhecimentos com negociadores, garantindo transparência de todos os processos e até mesmo influenciando os debates.

“A CNA é observadora do Acordo de Paris e acompanhamos tecnicamente as discussões para entender como reduzir as emissões”, diz Amanda Roza, assessora técnica de sustentabilidade da CNA, que se posiciona contra o desmatamento ilegal.

O agronegócio é responsável por 29% das emissões brasileiras e está ligado às emissões por mudanças do uso da terra, – atividade responsável por 42% dos gases poluentes. Apesar disso, o setor estará na COP para mostrar que as práticas brasileiras são mais sustentáveis do que as de outras potências agrícolas, diz Roza.

A CNA terá um estande na Blue Zone (espaço administrado pela ONU) da COP, onde terá programação focada nos temas em negociação, como financiamento climático. “Todos os setores da economia terão de reduzir suas emissões. Isso acarreta um aumento no custo de produção. Quais serão os mecanismos de financiamento para os produtores?”, questiona Roza.

A entidade terá também um estande na AgriZone, fora do Parque da Cidade, onde acontece a COP. Organizada pela Embrapa, a AgriZone terá debates sobre tecnologias e soluções sustentáveis.

Petrobras

Também responsável por grande parte das emissões, o setor de óleo e gás participará da COP-30, principalmente por meio da Petrobras. Entre os painéis organizados pela empresa estão um sobre descarbonização do setor de óleo e gás e outro sobre descarbonização do transporte. A empresa diz que estará na conferência para “apresentar iniciativas concretas e um plano de investimentos que equilibra segurança energética, desenvolvimento econômico e responsabilidade climática”.

Ainda no estande do Brasil, o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) terá um painel sobre redução das emissões de metano. Na Green Zone, o IBP participará de painéis no estande da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Para Caio Vieira, especialista em políticas climáticas do Instituto Talanoa, é “meritório” que os setores intensivos em carbono tentem trazer soluções ao problema à medida que haja alinhamento de suas propostas com a ciência. “O problema é que vemos muitos discursos que são meias-verdades.” Ele cita como exemplo o fato de o setor brasileiro de óleo e gás afirmar que sua produção é menos poluente do que a de outros países, o que é correto. A questão é que 90% das emissões do segmento ocorrem na queima dos combustíveis, e apenas 10% na exploração.

Ele afirma que esses representantes precisam estar “alinhados às necessidades da ciência”. “Quais são os interesses dessa participação?”, questiona. (As informações são do Estado de S.Paulo)

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