Quinta-feira, 25 de Abril de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 11 de novembro de 2021
O mês de outubro encerrou com a maior redução no número de homicídios nos últimos dois anos. Em todo o Estado, foram registradas 118 vítimas, o que representa 31,8% menos do que as 173 do mesmo mês no ano anterior – ou 55 vidas preservadas.
Queda percentual maior do que essa só ocorreu em agosto de 2019 (-39%). O total atual é também o menor para outubro desde 2007, quando houve 107 óbitos. Em relação ao pico da série histórica, quando o RS teve 231 pessoas assassinadas no 10º mês do ano, a retração é de quase metade. Os dados integram os indicadores criminais divulgados pela SSP (Secretaria da Segurança Pública) nesta quinta-feira (11).
“Tivemos um resultado excelente em outubro. Com quedas em todos os crimes contra a vida e redução ou estabilidade nos principais crimes contra o patrimônio. É o trabalho dos homens e mulheres das nossas forças de segurança, com nas premissas de integração, inteligência e o investimento qualificado que temos concretizado, mais uma vez, comprovando o acerto do planejamento do Programa RS Seguro”, declarou o vice-governador e secretário da SSP, delegado Ranolfo Vieira Júnior.
A retração nos homicídios aparece também no cenário acumulado desde janeiro, quando comparado com o mesmo período de 2020. A soma de vítimas caiu de 1.550 para 1.298 – 252 a menos ou queda percentual de 16,3% –, o menor total desde 2006.
A análise territorial dos dados atesta o impacto da estratégia adotada a partir da priorização de 23 municípios para monitoramento intensivo pela Gestão de Estatística em Segurança.
Desse grupo de cidades, cinco fecharam o mês sem nenhum assassinato: Guaíba, Lajeado, Rio Grande, Sapucaia do Sul e Tramandaí – a cidade do Litoral Norte completou em outubro o quarto mês seguido sem homicídios.
Além disso, em 16 dos 23 municípios priorizados houve queda ou estabilização no número de mortes na comparação com outubro de 2020. E no cenário acumulado, entre as 10 maiores quedas, oito ocorreram em cidades que integram o acompanhamento especial realizado pela GESeg.
O destaque é Alvorada, na Região Metropolitana, que chegou a figurar como a sexta cidade mais violenta do Brasil no Atlas da Violência produzido pelo Fórum Brasileiro da Segurança Pública com dados de 2017.
Naquele ano, entre janeiro e outubro, o município já havia registrado 175 assassinatos. Hoje, Alvorada lidera o ranking de redução de assassinatos – foram 60 óbitos no período, 42 a menos que no mesmo intervalo em 2020.
Porto Alegre vem logo atrás, com 20 homicídios a menos no acumulado do ano – o número de vítimas no período caiu de 235 em 2020 para 215 (-8,5%) – o menor no período em toda a série histórica disponível, a partir de 2010.
Na comparação de outubros em 2021 e no ano anterior, houve praticamente estabilidade, passando de 17 para 18 vítimas, ainda o segundo menor total para o mês na Capital na última década.
Latrocínios têm queda de 66,7% em outubro
Os roubos com morte também apresentaram redução significativa no RS em outubro. Em todo o Estado, houve apenas dois casos, quatro menos que os seis registrados no mesmo mês em 2020, o que representa redução de 66,7% e repete o menor total já verificado em toda a série histórica, desde 2002.
No acumulado, o cenário é igualmente de queda. Enquanto entre janeiro e outubro do ano passado houve 58 latrocínios, no mesmo período de 2021 o número de casos caiu para 52 (-10,3%). Comparado com o pico da série de contabilização, em 2016, quando 148 gaúchos perderam a vida em assaltos, o total atual representa retração de 64,9%.
O latrocínio é um crime cuja ocorrência depende de uma série de fatores circunstanciais – possível reação da vítima, ação surpreendida por testemunhas, consciência do assaltante alterada por uso de entorpecentes e até mesmo eventual nervosismo do criminoso, entre outros.
Na avaliação de autoridades das forças de segurança, a tendência de redução verificada ao longo dos últimos dois anos passa pela investigação qualificada da Polícia Civil, que resulta em mais de 90% de índice de resolução desse tipo de delito, e pela intensificação do patrulhamento ostensivo da Brigada Militar, com forte impacto na redução dos principais crimes patrimoniais, fatos geradores de roubos com morte.
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