Terça-feira, 17 de Setembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 26 de fevereiro de 2023
De nada tem adiantado o plantão de jornalistas e fotógrafos, em frente à cobertura do luxuoso apartamento na praia de Aparecida, entre os postos 5 e 6, em Santos, no Litoral de São Paulo.
Assim como também no condomínio Acapulco, no Guarujá, onde ele tem uma mansão.
“Robinho foi para o sítio de um amigo, no interior de São Paulo. Não quer contato nenhum com a imprensa. Só tem falado muito com seus advogados. Ele está preocupado”, revela uma pessoa muito próxima ao jogador.
A paz de Robinho acabou. Nada de passeios de bicicleta pela orla e patinete eletrônico pela cidade. Muito menos jogos de futevôlei no posto 3, onde foi “traído” por um dono de barraca de praia, que o fotografou ao lado do amigo e ex-jogador Diego Ribas.
Tudo já havia ficado muito mais pesado com a prisão de Daniel Alves, na Espanha, acusado de estupro. A ligação foi imediata.
A opinião pública brasileira e a espanhola não cansaram de se lembrar do atacante que disputou duas Copas do Mundo pela seleção: a de 2006 e a de 2010. Ganhou duas Copas das Confederações (2005 e 2009). Além da Copa América de 2007.
Porque Robinho virou o símbolo da impunidade dos jogadores de futebol brasileiros.
Ele foi condenado a nove anos de prisão na Itália por ter participado de um estupro coletivo de uma mulher embriagada, que festejava 23 anos, em Milão, em janeiro de 2013. Ou seja, há mais de dez anos.
“Estou rindo porque não estou nem aí, a mulher estava completamente bêbada, não sabe nem o que aconteceu”, disse o jogador, de acordo com a polícia italiana, que colocou escutas no celular do atacante.
Robinho recorreu três vezes da condenação. Não foi à Itália acompanhar os julgamentos dos recursos porque poderia ser decretada sua prisão preventiva. Até que a Corte de Cassação de Roma não acatou o último recurso, em janeiro de 2022. E foi decretada a ordem de prisão.
Seu nome foi repassado pela Interpol (a polícia internacional), ele não poderia pisar em 195 países que seria preso e extraditado para a Itália.
Desde outubro de 2020, ele está no Brasil, que não extradita seus cidadãos natos. E nunca mais foi para o Exterior.
Tentou voltar a jogar no Santos, mas os patrocinadores e a opinião pública se rebelaram por conda da condenação. O filho de Pelé, Edinho, seu amigo particular, tentou que jogasse no Londrina, equipe que é treinador, ainda este ano. Mas a rejeição a Robinho foi imensa. E a ideia abandonada.
A Itália já havia feito o pedido de extradição ao Brasil em outubro de 2022. O país negou em novembro do ano passado, indicando a sua Constituição.
Robinho seguia levando uma vida de homem livre.
Havia a previsão que a Justiça Italiana pedisse ao governo brasileiro que, ao menos, fizesse cumprir os nove anos de prisão no território nacional.
O pedido teria muito menos força, se Daniel Alves não fosse acusado de estuprar uma mulher na Espanha. E preso, até o seu julgamento, para não dar chance de imitar Robinho e fugisse para o Brasil.
A pressão sobre a Justiça brasileira ficou enorme.
Até que a ministra Maria Thereza de Assis Moura, determinou a convocação de Robinho para participar do processo de homologação (reconhecimento) da sentença italiana. É o primeiro passo legal que possibilita a prisão de Robinho.
A Justiça brasileira começou efetivamente a analisar todo o processo que acabou na condenação de nove anos na Itália. A defesa de Robinho terá espaço para contestar.
De acordo com o Ministério da Justiça, a transferência de execução da pena encontraria fundamento no artigo 100 da Lei n° 13.445/17 (a Lei da Migração), bem como no artigo 6° do Tratado Bilateral de Extradição entre Brasil e Itália.
Com o anúncio, Robinho desapareceu, de vez, do litoral santista.
Esta pessoa próxima garantia que ele está em um sítio no Interior de São Paulo. Mas nada impede que já para qualquer outro lugar no país. Se ele tentar deixar o Brasil por avião comercial, seu nome aparecerá como condenado, pela Interpol.
A situação nunca esteve tão complicada.
Caso
A noite de 23 de janeiro de 2013, na boate Sio Café, quando, de acordo com a justiça italiana, Robinho e cinco amigos estupraram uma mulher embriagada, poderá ter consequência efetiva.
Nessa época, Robinho jogava no Milan e saiu para se divertir com os amigos. Embriagada, a jovem albanesa foi levada ao camarim de um músico, amigo de Robinho. No local, a jovem foi abusada por seis homens. Robinho e o amigo Ricardo Falco foram condenados, enquanto os outros quatro deixaram a Itália e foram apenas citados no caso.
A Justiça italiana teve acesso a um áudio em que o jogador confessa que teve relação sexual com a albanesa, mas alegava que havia sido consensual. A polícia também encontrou material genético nas roupas da jovem. Advogados do jogador tentaram reverter a situação, mas o recurso foi negado.
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