Quinta-feira, 25 de Abril de 2024

Home Economia Salário na Petrobras chega a 145 mil reais por mês

Compartilhe esta notícia:

O Relatório de Benefícios das Empresas Estatais Federais (Rebef), detalhou que um funcionário da Petrobras tem salário mensal de R$ 145.184. É a maior remuneração entre as empresas sob controle do governo federal. Logo abaixo, vem um empregado da Eletrobrás, com vencimentos de R$ 93.068.

O documento, produzido pelo Ministério da Economia, detalha os benefícios concedidos pelas 46 estatais controladas pela União e suas subsidiárias aos mais de 450 mil empregados.

Os funcionários, em questão, não possuem cargo de direção. De acordo com o relatório, os salários exorbitantes são o resultado de incorporações de benefícios, na maioria das vezes obtidas por decisão judicial. E superam o teto salarial estabelecido para o executivo, de R$ 39,2 mil.

Além disso, outro benefício é a estabilidade que alguns funcionários têm, individualmente, mesmo não sendo classificados como servidores públicos. Empregados da Petrobras, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Companhia Docas do Pará e a da Eletrobras — que o governo pretende privatizar ainda este ano — possuem acordos salariais por tempo determinado. Somente a estatal de energia elétrica assegura o emprego a um grupo de 11.612 servidores pelo período de novembro de 2021 a abril deste ano.

O BNDES também está no topo da lista com as maiores remunerações e benefícios. O banco estatal garante aos funcionários dois tipos de auxílio alimentação (cesta alimentação e refeição), que somam R$ 2.157,97 por mês. Outro ponto que chama a atenção é a diferença entre o salário máximo e mínimo da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa). A maior remuneração é de R$ 58.255 e a menor de R$ 441, segundo o relatório.

Os dados apresentados são do ano de 2020 e não contemplam cargos de diretoria. De acordo com o Ministério da Economia, essas informações serão publicadas em outro boletim. Ao todo, os salários das estatais federais somam R$ 96,6 bilhões, distribuídos entre 453.910 funcionários.

Desigualdade

No Brasil, as desigualdades de diversos tipos são uma triste realidade na vida de boa parte da população. Nesse quesito, o País é um dos mais desiguais do mundo. Em 2020, durante os piores momentos da pandemia do coronavírus, o Brasil seguiu uma tendência mundial: a concentração de renda aumentou e atingiu o pior nível desde 2000. Quase metade (49,6%) da riqueza do país foi parar nas mãos do 1% mais rico. O mesmo índice era de 46,9% em 2019.

Além dos abismos sociais causados pela concentração de renda, as disparidades se estendem a outros segmentos e um dos mais afetados é quanto aos salários pagos e a diferença de remuneração entre homens e mulheres, negros e brancos, pessoas com ensino superior e pessoas que estudaram até o ensino médio.

Em março de 2021, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados que escancararam a realidade da disparidade salarial de gênero. De acordo com a publicação, em 2019, as mulheres recebiam 77,7% do salário dos homens. Entre os cargos com maiores salários, como diretoria e gerência, a diferença é ainda maior.

Mulheres que ocupam cadeiras de liderança ganham 61,9% do salário dos homens que ocupam esses mesmos cargos. À medida que a trabalhadora ocupa cargos mais altos na hierarquia das organizações, maior será a disparidade salarial de gênero.

Em 2019, a disparidade salarial entre negros e brancos alcançou o maior patamar desde 2016. De acordo com pesquisa divulgada pelo IBGE, a renda média mensal de pessoas negras equivale a 55,8% em relação à renda mensal de pessoas brancas. Falando em valores, isso significa que o rendimento médio dos negros é de R$ 1.673 enquanto dos brancos é de R$ 2.999.

Durante a pandemia, a diferença salarial atingiu novos números que se tornaram os maiores até então registrados. O abismo salarial brasileiro entre brancos e negros é o maior desde 2012.

Quando o assunto é diferença salarial entre pessoas que cursaram ensino superior (graduação ou pós-graduação) e pessoas que foram até o ensino médio, os recortes de gênero e raça também são relevantes. De modo geral, no Brasil, o trabalhador com nível superior ganha em média 140% a mais em relação a quem não possui um diploma.

Os dados foram levantados pelo relatório Education at a Glance da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Foram analisados 40 países e o Brasil consta como o que tem a maior diferença salarial entre graduados e não graduados. A média é de 40% a mais no salário de pessoas com ensino superior nos demais países estudados pelo relatório.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Economia

Bolsonaro sanciona Orçamento de 2022, diz Planalto
Receita abre nesta segunda consulta para lote residual de restituições do Imposto de Renda da Pessoa Física
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play

No Ar: Pampa News