Sexta-feira, 26 de Abril de 2024

Home Economia Saldo de 15 bilhões de reais nas contas do governo federal, Estados e municípios reflete a inflação e a maior arrecadação de impostos

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As contas do setor público consolidado — que inclui governo federal, Estados, municípios e estatais (exceto Eletrobras e Petrobras) — fecharam no azul pelo quarto mês consecutivo em novembro, com resultado de R$ 15 bilhões, informou o Banco Central nesta semana. No acumulado em 12 meses, os números voltaram a ficar positivos em R$ 12,7 bilhões, o primeiro superávit desde o período finalizado em outubro de 2015.

O resultado primário reflete a diferença entre receitas e despesas do setor público, antes do pagamento dos juros da dívida pública. O dado superou a estimativa mais otimista do mercado financeiro, de superávit de R$ 9,5 bilhões, conforme pesquisa do Projeções Broadcast, e foi o melhor resultado para o mês de novembro desde 2013.

No cálculo em 12 meses, o pior momento da série foi no fim de 2020, com rombo acumulado de quase R$ 703 bilhões, em meio às medidas para combater os efeitos da crise provocada pela covid-19.

Os Estados e municípios foram os principais responsáveis pelo resultado positivo de novembro de 2021, com superávit de R$ 11,7 bilhões, recorde da série histórica. O bom resultado se deve ao avanço da arrecadação própria (ICMS e ISS), com o aumento dos preços dos produtos, principalmente gasolina, além das transferências da União. O governo federal contribuiu com outros R$ 3,5 bilhões e as estatais registraram déficit de R$ 238 milhões.

Em coletiva sobre o resultado das contas do governo federal, o secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle, avaliou que são grandes as chances do setor público fechar 2021 com o primeiro superávit primário anual desde 2013 (R$ 91,3 bilhões).

“Não temos estimativas em relação aos resultados fiscais de forma geral. Só teria a dizer que estimativas são aquelas que o Tesouro já apresentou”, afirmou o chefe-adjunto do Departamento de Estatísticas do BC, Renato Baldini.

O economista Tiago Sbardelotto, da XP Investimentos, projeta superávit primário de R$ 30,2 bilhões para o setor público consolidado em 2021, mas vê chance de resultado ainda maior. Isso não muda, contudo, o quadro mais complicado para 2022, com pressão de gastos em ano eleitoral.

“Para 2022, ainda acreditamos em um resultado mais fraco devido aos maiores gastos tanto do governo central quanto dos regionais em função da mudança no teto de gastos e do ciclo eleitoral”, ponderou o economista.

Quando se incorporam os juros da dívida pública na conta – no conceito conhecido no mercado como resultado nominal, utilizado para comparação internacional – as contas do setor público em novembro tiveram déficit de R$ 26,6 bilhões. Nos 12 meses até novembro de 2021, o resultado ficou negativo (déficit nominal) em R$ 405,2 bilhões, o equivalente a 4,71% do PIB – valor alto para padrões internacionais e economias emergentes.

Dívida

Em novembro, a dívida bruta voltou a cair em proporção do Produto Interno Bruto (PIB), de 82,3% para 81,1%. O montante é de R$ 6,978 trilhões.

A dívida bruta é uma das referências para avaliação, por parte das agências globais de classificação de risco, da capacidade de solvência do País. Na prática, quanto maior a dívida, maior o risco de calote por parte do Brasil.

Após alcançar o pico de 89% do PIB em fevereiro, a dívida bruta teve uma trajetória de queda de março a agosto do ano passado, com influência da inflação e da recuperação econômica. No melhor momento da série, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,5% do PIB.

Na XP, Sbardelotto estima que a dívida bruta deve terminar em 2021 a 80,2% do PIB, mas subir a 84,1% em 2022 devido a um maior gasto com juros nominais, uma piora do resultado das contas públicas e uma atividade econômica mais fraca.

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