Quarta-feira, 06 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 22 de dezembro de 2022
Dezenas de milhares de drones foram usados em toda a Ucrânia para matar o inimigo, espionar suas formações e guiar bombas para seus alvos. Porém, neste mês os militares ucranianos iniciaram um programa para usar drones em uma função mais incomum: guiar soldados russos que desejam se render.
O programa teve sua gênese no final de novembro, quando os militares ucranianos divulgaram imagens de um soldado russo jogando sua arma no chão, levantando as mãos e seguindo nervosamente um caminho traçado por um drone acima, levando-o a soldados do Exército ucraniano.
Algumas semanas depois, a Ucrânia divulgou um vídeo instrutivo explicando como os soldados russos podem se render a um drone ucraniano, e agora faz parte de um amplo esforço do país para persuadir os soldados russos a desistirem.
O programa, chamado “Eu quero viver”, inclui uma linha telefônica direta, um site e um canal no Telegram, todos dedicados à comunicação com os soldados russos e suas famílias.
Desertores russos
É muito cedo para saber se o esforço dos drones atrairá desertores russos em números significativos. Entretanto, acrescenta outro caminho para a Ucrânia recrutar desertores russos, este com um toque distintamente moderno para a velha tática de guerra informativa. E, no mínimo, pode aumentar ainda mais a erosão do moral russo no campo de batalha.
As derrotas russas já deram uma abertura para a Ucrânia explorar esse baixo moral, especialmente nos meses após a mobilização do Kremlin em setembro, que enviou milhares de novos recrutas para batalhas ferozes com pouco treinamento e poucos suprimentos.
Petro Yatsenko, porta-voz do Quartel-General de Coordenação para Tratamento de Prisioneiros de Guerra da Ucrânia, disse em uma entrevista na segunda-feira que a Ucrânia recebeu mais de 4.300 pedidos diretos de informações sobre como se render por meio do programa.
1,2 milhão de consultas
Andriy Yusov, que representa o Departamento de Inteligência do Ministério da Defesa da Ucrânia, disse que o país recebeu 1,2 milhão de consultas sobre o programa desde que foi criado em 18 de setembro. A maioria vem da Rússia, com apelos de “pessoas que estão estudando para si ou para seus familiares a possibilidade de salvar vidas na guerra sangrenta e injusta”.
Nos últimos 10 meses, tanto a Rússia quanto a Ucrânia se engajaram em robustas campanhas informativas dirigidas aos soldados inimigos com panfletos, postagens nas redes sociais, apelos no rádio, mensagens de texto e campanhas na televisão, todas dedicadas a convencê-los a se render.
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