Terça-feira, 11 de Fevereiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 14 de fevereiro de 2022
O presidente do União Brasil, Luciano Bivar, afirmou nesta segunda-feira (14) que pretende discutir com os dirigentes do MDB e PSDB a possibilidade de um “pacto” por uma candidatura que represente os três partidos na eleição presidencial. O encontro entre as siglas está previsto para esta terça (15).
A aliança é uma alternativa à federação partidária, que será o tema principal da conversa, mas é vista nos bastidores como difícil de prosperar por forçar as legendas a continuarem juntas pelos próximos quatro anos.
“Amanhã vamos estar juntos, os três partidos, e vamos discutir uma federação. Não sendo possível a federação, vamos fazer um pacto de caminhar os três juntos para definir em um futuro próximo uma candidatura única”, disse Bivar.
A federação é um tema sensível para o União Brasil, já que o partido é resultado da recente fusão entre DEM e PSL. Além de ter caráter definitivo, a fusão demanda alguns sacrifícios e ajustes internos para contemplar diferentes interesses.
“O tema federação é um desafio muito grande para o momento em que o partido ainda está consolidando seus diretórios estaduais. O cenário de trabalhar uma aliança a partir de abril, após a janela partidária, é mais provável do que insistir em uma federação com todos os seus ônus e bônus”, afirmou o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB).
Atualmente, o MDB lançou a pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MS) à presidência, enquanto o PSDB pretende lançar o governador João Doria (São Paulo).
Bivar não descartou que o União Brasil também tenha uma opção de candidato, mas evitou falar em nomes específicos. “Temos muitos quadros no União, não falta gente boa”, limitou-se a dizer.
Em entrevista na semana passada, Simone Tebet afirmou que não é do perfil do MDB fazer uma federação, mas que a sigla poderia “abrir uma exceção” ao União Brasil para os partidos não rivalizarem nos palanques regionais.
O MDB demonstra resistência, no entanto, em fazer uma aliança com o PSDB, tanto para uma eventual federação quanto por um possível apoio ao governador de São Paulo.
Um dos argumentos é que Doria possui índice de rejeição alto não só em pesquisas de intenção de voto, mas também dentro do partido. Por ser menos conhecida pela população, Tebet é apresentada pela sua legenda como alguém com mais chances de prosperar.
Polarização
Recentemente, o senador José Aníbal (PSDB-SP) defendeu o nome de Tebet como o mais viável para quebrar a polarização entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Outra figura histórica do PSDB que defende o nome de Tebet é o senador Tasso Jereissati (CE). Os dois tucanos manifestaram entusiasmo pela candidatura durante visita ao ex-presidente Michel Temer, em janeiro.
A postura de Doria também incomoda emedebistas. Um dos fatores de desgaste foi o fato de a enfermeira Mônica Calazans, que iria se filiar ao MDB, ter optado pelo PSDB por interferência de Doria.
Apesar do episódio ter sido visto como algo menor, uma ala do partido considera que ele expõe o perfil do governador de São Paulo e as dificuldades no relacionamento. Considerando esse cenário, um acordo com o MDB só seria viável atualmente caso Doria abrisse mão da candidatura.
No União Brasil, algumas lideranças consideram mais cômodo apoiar o nome de Tebet, que é vista como uma opção “neutra” na disputa. Ainda assim, muitos temem que a candidatura não prospere e que ela seja forçada a desistir.
Até mesmo integrantes do MDB admitem que ela só continuará na corrida presidencial se conseguir chegar a pelo menos 5% nas pesquisas de intenção de voto. Atualmente, ela tem 1%. Doria fica próximo, com 2%.
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou que é favor da federação como forma de garantir uma “oxigenação” ao partido. Mas ressalta que, independente da aliança, é possível que o MDB decida apoiar Lula ainda no primeiro turno.
“Têm alguns diretórios que votarão no Lula e defendem que se não houver mexida na fotografia da pesquisa, o partido como um todo o apoie já no primeiro, isso independente da federação”, afirmou o senador alagoano.
A postura da ala de Renan preocupa alguns integrantes do União Brasil que são contrários ao ex-presidente e não querem se comprometer.
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