Terça-feira, 12 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 27 de maio de 2024
Imagens que circulam nas redes sociais mostram um forte fluxo de água, que é observado por homens uniformizados. A legenda afirma que são comportas abertas por ordens superiores, que teriam causado as enchentes no Rio Grande do Sul.
O vídeo, no entanto, é de setembro de 2023, quando o RS também foi atingido por fortes chuvas. As imagens foram gravadas na usina PCH Linha Emília, na cidade gaúcha de Dois Lajeados. A estrutura é administrada pela empresa Elera, que explicou que a usina não tem comportas para liberação de águas. Tanto as enchentes de setembro de 2023 como as de maio de 2024 foram causadas por chuvas explicadas por diferentes fatores meteorológicos.
O vídeo voltou a circular nas redes sociais após as enchentes do início do mês de maio no Rio Grande do Sul. Uma inscrição sobre as imagens afirma: “As comportas não abrem sozinhas. E nem juntas se não tiver uma ordem superior. E vejam no meu vídeo a alegria dos funcionários da empresa que abriram e foram ver, filmar, rir do desastre que estavam causando”. Isso não é verdade.
A usina que aparece nas filmagens não tem comportas. Segundo a Elera, a PCH Linha Emília “opera à fio d’água e tem estruturas dimensionadas para resistir a vazões muito superiores às observadas no evento em questão”. O termo fio d’água quer dizer que a usina não é capaz de controlar a vazão do rio em que opera. Na Linha Emília, a água excedente passa por cima da estrutura, como é possível ver em diferentes imagens.
“Reiteramos que a usina estava segura à época e que as estruturas do barramento da PCH Linha Emília permanecem seguras após as chuvas de maio deste ano”, informou a Elera.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) explicou que existem 125 usinas hidrelétricas no Rio Grande do Sul, com 143 barragens. Das 125, apenas quatro possuem reservatório com capacidade de regularização do fluxo dos rios: são as usinas hidrelétricas Passo Fundo, Passo Real, Barra Grande e Machadinho.
Todas as outras são usinas do tipo “fio d’água”, que operam apenas com o fluxo natural dos rios. A Aneel explica que essas usinas não possuem capacidade de armazenar e regular água de cheias, por isso a abertura de suas comportas não pode agravar casos como o que está ocorrendo no Rio Grande do Sul.
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