Sexta-feira, 26 de Abril de 2024

Home em foco Vídeo usa inteligência artificial para dar voz a vítimas de feminicídio

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“Eu fui Michal Sela”, diz a mulher morta, olhando diretamente para a câmera. “Em 2019, fui assassinada pelo homem que era meu marido, o assassino Eliran Malul. E hoje, depois de perder minha vida, apelo a vocês: ouçam minha voz”.

O vídeo é parte de uma campanha pública educativa de Israel que usa tecnologia de inteligência artificial para trazer cinco mulheres assassinadas “de volta à vida” para alertar outras mulheres sobre como se protegerem de relacionamentos abusivos.

Os vídeos são feitos com fotos das mulheres antes de elas morrerem, e recorrem à tecnologia para criar animações em vídeo que as mostram falando dubladas por atrizes. Eles foram produzidos pela start-up de aprendizado profundo D-ID para marcar o Dia Internacional da Eliminação da Violência Contra as Mulheres.

Entre as mulheres destacadas está Sela, que tinha 32 anos quando foi morta a facadas pelo marido diante da filha pequena em 2019. O marido foi condenado pelo assassinato no mês passado.

O objetivo da campanha é criar uma “vacina contra a violência, que estamos atacando de todos os ângulos”, explicou Ben Ami, um dos parentes que aprovaram os vídeos, à emissora Channel 13.

O Ministério do Bem-Estar de Israel relatou 10% a mais de chamadas em sua linha direta contra a violência doméstica em 2021 na comparação com o ano passado.

Em seu vídeo, “Sela” aconselha as mulheres a buscarem ajuda se estiverem em um relacionamento com alguém ciumento e obsessivo.

“Se você tem medo da reação dele ao se separar, compartilhe com uma pessoa próxima e um especialista em violência doméstica, que te ajudará a se separar com segurança e voltar para sua luz”, diz ela. “Ouça minha voz. Ouça sua voz.”

América Latina

O Observatório da Igualdade de Gênero da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) divulgou na semana passada as últimas estatísticas disponíveis sobre o feminicídio na região. Pelo menos 4.091 mulheres foram vítimas de feminicídio em 26 países (17 na América Latina e 9 no Caribe) em 2020, uma redução de 10,6% em relação a 2019, quando 4.576 casos foram notificados. O Observatório de Gênero consolida e atualiza anualmente os números de feminicídios e mortes violentas de mulheres por motivos de gênero fornecidos pelos governos.

O relatório foi divulgado no marco do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher, que é celebrado todo dia 25 de novembro. O indicador regional é uma aproximação porque ainda não existe uma metodologia comum para gerar estatísticas padronizadas sobre esse crime.

O feminicídio, forma extrema e letal de violência de gênero, continua afetando milhares de mulheres e meninas todos os anos na América Latina e no Caribe apesar de sua visibilidade, da resposta do Estado e da pressão massiva dos movimentos de mulheres que o têm expressado sua rejeição à violência de gênero em toda a região.

Na América Latina, as taxas mais altas de feminicídio são registradas em Honduras (4,7 a cada 100 mil mulheres), na República Dominicana (2,4 a cada 100 mil mulheres) e em El Salvador (2,1 a cada 100 mil mulheres). Os dados são preocupantes mesmo que esses três países tenham registrado uma redução em relação a 2019, assim como Bolívia, Brasil, Colômbia, Guatemala, Paraguai, Porto Rico e Uruguai.

Honduras passou de 6,1 feminicídios a cada 100 mil mulheres em 2019 para 4,7 em 2020, enquanto na República Dominicana a taxa caiu de 2,7 para 2,4 e em El Salvador de 3,3 para 2,1.

O relatório do Observatório da CEPAL, revela também que Argentina, Chile, México e Nicarágua mantiveram as mesmas taxas de feminicídio de 2019, enquanto Equador, Costa Rica e Panamá registraram aumento em relação ao ano anterior. Destes, o Panamá declarou o aumento mais significativo.

No Caribe de língua inglesa, entre 2019 e 2020, quatro dos nove países e territórios com dados disponíveis sobre mortes violentas de gênero registraram um aumento na taxa a cada 100 mil mulheres. Em Granada, aumentou de 1,9 para 5,5; em São Vicente e Granadinas de 0 a 5,5; no Suriname de 1,1 a 2,8; e em Trinidad e Tobago de 2,9 a 3,1. Nenhum país ou território desta sub-região possui classificação de crime de feminicídio ou feminicídio.

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