Terça-feira, 18 de Fevereiro de 2025

Home Tecnologia Alexa, Siri e o Google Assistente ficaram para trás na corrida da inteligência artificial

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O mundo da tecnologia agora está entusiasmado com chatbots. Esses sistemas alimentados por inteligência artificial (IA), como o ChatGPT, podem improvisar com desembaraço respostas a perguntas digitadas em uma janela de bate-papo. As pessoas têm usado o ChatGPT para lidar com tarefas complexas, como programar softwares, elaborar propostas de negócios e escrever ficção.

A empolgação com esses sistemas mostra como a Siri, a Alexa e outros assistentes de voz desperdiçaram sua vantagem na corrida da IA. Antes alvos de promessas de um futuro emocionante, a tecnologia desses sistemas permaneceu praticamente estagnada na última década.

Durante o período, os serviços se depararam com obstáculos. A Siri enfrentou dificuldades tecnológicas, incluindo um código constrangedor que levou semanas para ser atualizado com recursos básicos, diz John Burkey, ex-engenheiro da Apple que trabalhou no desenvolvimento da assistente.

Já Amazon e o Google não calcularam bem como seus assistentes de voz seriam usados, levando-os a investir em áreas com a tecnologia que raras vezes valeram a pena, disseram ex-funcionários. Quando esses experimentos fracassaram, o entusiasmo pela tecnologia diminuiu nas empresas, afirmaram as fontes.

As assistentes de voz são “burras como uma porta”, disse Satya Nadella, CEO da Microsoft, em uma entrevista este mês para o Financial Times, declarando que uma IA mais recente assumiria a liderança. A Microsoft tem trabalhado em parceria com a OpenAI, dona do ChatGPT, investindo US$ 13 bilhões na startup e incorporando sua tecnologia em seu motor de busca, o Bing.

A Apple não quis se pronunciar a respeito da Siri. O Google disse que está empenhado em oferecer uma assistente virtual excelente para ajudar as pessoas com seus telefones e dentro de suas casas e carros – a empresa está testando separadamente um chatbot chamado Bard. A Amazon disse ter notado um aumento de 30% no engajamento global dos consumidores com a Alexa no ano passado e estar otimista com sua missão de desenvolver uma das melhores IAs do mundo.

Tecnologias diferentes

Os assistentes e os chatbots são baseados em tipos diferentes de IA. Os chatbots funcionam com o que é conhecido como modelo de linguagem ampla, que são sistemas treinados para reconhecer e gerar texto com base em conjuntos de dados enormes extraídos da web. Eles podem sugerir palavras para completar uma frase.

Por outro lado, a Siri, a Alexa e o Assistente do Google são basicamente o que conhecemos como sistemas de comando e controle. Eles são capazes de entender uma lista finita de perguntas e pedidos como “Qual é o clima na cidade de Nova York?” ou “Ligar as luzes do quarto”. Se um usuário pede ao assistente virtual para fazer algo que não está em seu código, o bot simplesmente diz que não pode ajudar.

A Siri também tinha um projeto confuso que exigia bastante tempo para receber novos recursos, disse Burkey, que recebeu a tarefa de aprimorar a assistente em 2014. O banco de dados da Siri contém uma lista gigantesca de palavras, incluindo nomes de artistas musicais e locais como restaurantes, em aproximadamente 24 idiomas.

Isso a tornou “uma grande bola de neve”, disse ele. Segundo Burkey, se alguém queria adicionar uma palavra à base de dados da Siri, “isso se transformava numa tarefa gigantesca”.

Portanto, atualizações aparentemente simples, como acrescentar algumas novas frases ao conjunto de dados, exigiam a recriação do banco de dados inteiro, o que podia levar até seis semanas, disse Burkey. Adicionar recursos mais complexos, como novas ferramentas de pesquisa, podia demorar quase um ano. Isso significava que não havia jeito de a Siri se tornar uma assistente criativa como o ChatGPT, afirmou.

A Alexa e o Assistente do Google dependiam de uma tecnologia semelhante à da Siri, mas as empresas tinham dificuldades para gerar uma receita significativa com os assistentes, disseram ex-gestores da Amazon e do Google. (Em contrapartida, a Apple usou com sucesso a Siri para atrair compradores para o iPhone.)

Depois que a Amazon lançou o Echo, um alto-falante inteligente equipado com a Alexa, em 2014, a empresa esperava que o produto a ajudasse a aumentar as vendas em sua loja online ao permitir que os consumidores conversassem com a Alexa para fazer pedidos, disse um ex-líder da Amazon. No entanto, embora as pessoas se divertissem com as habilidades da Alexa para responder perguntas sobre as condições meteorológicas e definir alarmes, poucos pediam para a assistente comprar algo, de acordo com a fonte.

A Amazon talvez tenha investido demais na fabricação de novos tipos de hardware, como despertadores e micro-ondas, hoje já fora do mercado, que funcionavam com a Alexa e eram vendidos a um preço igual ou inferior aos convencionais, disse o ex-executivo.

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