Sábado, 27 de Abril de 2024

Home Viagem e Turismo Brasil em alta volta a atrair turistas internacionais e tem melhor agosto em 28 anos

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O Brasil voltou ao mapa do turismo internacional. A receita gerada por viajantes estrangeiros já supera o patamar pré-pandemia, embora o fluxo de visitantes ainda esteja abaixo do anterior à covid. De janeiro a agosto, esses turistas geraram US$ 4,45 bilhões para o País, quase 7,5% a mais que em igual período de 2019.

Só em agosto, foram US$ 657 milhões, o melhor resultado para o mês em 28 anos, ou desde o início da série elaborada pelo Banco Central. Fica acima, inclusive, do registrado em agosto de 2016, quando foi realizada a Olimpíada do Rio. No acumulado do ano, o crescimento sobre 2022 se aproxima dos 40%.

“Já ultrapassamos o período de crise no turismo internacional, se considerarmos a contribuição que ele traz à economia brasileira. Esta já é maior que no pré-pandemia, embora a malha desses voos ainda não esteja 100% de volta”, avalia Jeanine Pires, consultora de turismo e ex-presidente da Embratur. “Agora é ter mais turistas, não apenas em volume, mas olhando para os que mais contribuem para a nossa balança comercial.”

Nos oito primeiros meses deste ano, o Brasil recebeu mais de quatro milhões de visitantes vindos do exterior, batendo em mais de 11% os 3,6 milhões de todo 2022. Em 2019, foram 6,4 milhões. Mas a estimativa da Embratur — órgão responsável pela promoção do Brasil como destino turístico lá fora — é voltar a 6 milhões este ano, subindo a 8 milhões em 2026.

Para fazer isso, a agência de promoção vem reforçando ações no exterior, com a participação em feiras e eventos. Avança também na criação de novos produtos e segmentos, destacando o afroturismo, além de parcerias com empresas aéreas para ampliar a malha de voos internacionais — um dos limitadores ao avanço do turismo receptivo.

“Não é só o número de turistas que importa, mas o que ele traz ao país. Uma receita de R$ 3,2 bilhões só em agosto é prova da reconexão do Brasil com seus grandes mercados emissores de turistas: América Latina, Estados Unidos e Europa”, frisa Marcelo Freixo, presidente da Embratur. “O Brasil voltou à prateleira. Vamos crescer e buscar parceiros que reforcem a mensagem de um país com responsabilidade climática e diversidade, além das riquezas naturais, culturais e gastronômicas.”

O fluxo de visitantes da região está restabelecido. Só argentinos já são 1,4 milhão este ano. É mais que o triplo do total de americanos, que foram 436,5 mil, segundo maior mercado emissor de estrangeiros para o Brasil.

“Há uma forte demanda por lazer, experiência e novos destinos no pós-pandemia. E o Brasil é competitivo nesse sentido, com oferta de voos e câmbio favorável. Isso movimenta toda a cadeia, incluindo os restaurantes”, diz Alexandre Sampaio, da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação. “Hotéis que investiram em melhorias e modernização estão surfando esta onda. Já vemos hotéis e resorts anunciando expansões no Nordeste, em Minas Gerais e mesmo no interior do Rio.”

Aposta 

Cesar Fernandes, presidente da Associação Brasileira de Turismo Receptivo (Recept), confirma investimentos feitos por empresas também de serviços, como as de traslados e passeios, efeito ainda da expansão do movimento de cruzeiros no país. A temporada 2023/2024 será a mais longa da história, estendendo-se de outubro a abril.

“Cada cidade de desembarque recebe receita. Mas promoção (no exterior) tem que vir casada com infraestrutura, mais voos, bons portos, aeroportos. O Brasil recebe menos da metade dos turistas de Machu Picchu. Ou seja, o potencial a ser explorado é gigantesco”, diz Fernandes.

Um dos esforços do governo será divulgar e consolidar o afroturismo. O mercado americano, diz Freixo, tem forte interesse nesse segmento. A meta é trabalhar roteiros que mostrem mais que os locais de referência, alcançando quilombos, terreiros, blocos culturais e escolas de samba.

Um plano estratégico será lançado no início de 2024. As ações terão início por Salvador e Rio. Um dos destaques será o circuito da Pequena África, no Centro do Rio, onde estão o Cais do Valongo, o Cemitério dos Pretos Novos, a Pedra do Sal e o Morro da Conceição.

Apesar de a expansão da malha aérea ainda ser um desafio, as companhias têm anunciado voos. A Latam tem previsão de iniciar as rotas Confins-Santiago, no dia 29 de outubro, e Florianópolis-Santiago, em 1º de novembro. E vai conectar o Brasil com Aruba, Havana e Atlanta, todos via Lima.

A Azul, que já voa para sete destinos internacionais, vai inaugurar a rota Curitiba-Montevidéu em 31 de outubro. Já a Gol vai incluir em sua malha, entre janeiro e março de 2024, voo ligando Navegantes/Balneário Camboriú, em Santa Catarina, ao aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires. E entre dezembro e fevereiro, a rota Confins-Ezeiza.

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