Sábado, 27 de Abril de 2024

Home em foco Capital do Canadá declara situação de emergência com protesto de caminhoneiros antivacina

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O prefeito da capital do Canadá, Ottawa, declarou situação de emergência no domingo por causa de protestos iniciados por caminhoneiros contra a obrigatoriedade da vacina contra a covid para motoristas que cruzam a fronteira do país com os Estados Unidos.

Após o comboio de caminhões bloquear ruas e paralisar parte da cidade nos últimos dias, Jim Watson afirmou que a cidade está “completamente fora de controle” e que os protestos, que entram nesta segunda no 11º dia, representam uma ameaça à segurança dos moradores.

Em entrevista à rádio CFRA, Watson não deu detalhes sobre quais medidas vai impor, mas após a declaração de emergência, a polícia de Ottawa começou a retirar suprimentos de gás e de combustíveis de um acampamento de logística estabelecido pelos manifestantes. A polícia também afirmou que poderá prender pessoas que ajudam os manifestantes com combustível, papel higiênico e comida.

“Os manifestantes estão se comportando de forma cada vez mais insensível, tocando buzinas e sirenes, disparando fogos de artifício e transformando o protesto em uma festa”, descreveu o prefeito, acrescentando: “Claramente, estamos em menor número e perdendo essa batalha. Isso precisa ser revertido. Temos de recuperar nossa cidade.”

O chamado “Comboio da liberdade” começou como um movimento em Ottawa contra a exigência de vacinação para caminhoneiros que circulam pela fronteira com os EUA. Porém, espalhou-se para outras cidades e ganhou a adesão de movimentos contra a vacina e contra as medidas restritivas impostas pelo governo do primeiro-ministro Justin Trudeau.

Os caminhoneiros fecharam algumas ruas de Ottawa, enquanto caminhões buzinavam nas ruas. No entanto, um tribunal canadense nessa segunda (7) concedeu uma liminar de 10 dias que visa impedir as pessoas de buzinarem no centro da cidade, após um advogado ter entrado com um pedido como parte de uma ação coletiva iniciada em nome dos moradores.

O pedido alega que tocar as buzinas “incessantemente” foi uma tática fundamental dos manifestantes, “organizada e planejada pelos réus para causar sério desconforto e inconveniência” aos moradores.

Durante os dias de protesto, também há relatos de ataques a pessoas de minorias e de ameaças a trabalhadores da saúde, o que levou ao fechamento de alguns estabelecimentos.

Alguns participantes foram vistos agitando bandeiras confederadas ou nazistas e outros disseram que querem derrubar o governo do Canadá. Os organizadores do movimento dizem que não sairão até que a obrigatoriedade da vacina seja revogada.

O movimento é bem organizado, com manifestantes oferecendo alimentos gratuitos em alguns pontos, uma cozinha comunitária e até geradores de energia portáveis, além de banheiros e saunas portáteis usadas também para reuniões.

Trudeau dissera anteriormente que o movimento representava uma “pequena minoria marginal” e que o governo não seria intimidado. Cerca de 90% dos caminhoneiros que trabalham cruzando a fronteira e quase 80% da população canadense já tomaram as duas doses da vacina contra o coronavírus.

Apoio de americanos

No domingo (6), autoridades confirmaram que estão trabalhando em 60 investigações criminais envolvendo o bloqueio, como roubos, crimes de ódio e danos à propriedade.

Os protestos vêm recebendo financiamento de simpatizantes nos EUA, segundo a polícia. O site GoFundMe derrubou a página de doações do “Comboio da liberdade”, que já somava quase US$ 10 milhões arrecadados, irritando alguns congressistas republicanos dos EUA, que disseram que vão investigar o site. O ex-presidente dos EUA Donald Trump e o CEO da Tesla, Elon Musk, elogiaram os caminhoneiros.

Trudeau, que está em isolamento após ter sido diagnosticado com covid na semana passada, descartou usar o Exército para dissolver o protesto. Devido a preocupações de segurança, Trudeau e sua família deixaram sua casa no centro de Ottawa no último fim de semana e sua localização não foi divulgada.

Nos últimos dias, surgiram atos em outras cidades também. Há dois dias, milhares de manifestantes se reuniram perto do Parlamento da cidade de Québec para protestar contra medidas de saúde pública.

No último sábado (5), centenas de manifestantes se reuniram na Assembleia Legislativa de Ontário, em Toronto, onde vários organizadores pediram à multidão que participasse dos atos em Ottawa. A polícia usou carros e até ônibus municipais para bloquear o tráfego de veículos nos arredores.

O país de 38 milhões de habitantes passou em janeiro por um surto da ômicron, chegando ao pico de 41,6 mil casos diários. O surto está em declínio, e o Canadá registra agora média em torno de 13 mil casos por dia. A média de mortes, que no final de janeiro chegou a 168 por dia, também começou a cair, e está hoje em 141.

No final de outubro, o governo federal do Canadá exigiu que cerca de 267 mil servidores públicos federais comprovassem sua vacinação, podendo, caso contrário, ser afastados sem remuneração. No país, medidas mais específicas referentes à obrigatoriedade da vacina variam de acordo com as províncias.

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