Domingo, 05 de Maio de 2024

Home Brasil Defensor do agronegócio, governador de Goiás age como pré-candidato à Presidência da República e movimentação já causa incômodo no partido de Bolsonaroa

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Em paralelo à investida do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para tentar seguir na liderança anti-Lula e instigar manifestações pelo País, como as previstas para hoje, no Rio, um aliado dele, em especial, tem já se apresentado como opção para a direita em 2026. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), longe dos debates identitários que fomentam a polarização nacional, se movimenta explicitamente como pré-candidato ao Planalto. Bolsonaro segue inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ex-presidente está impedido de disputar eleições até 2030.

Há duas semanas, em Porto Alegre, Caiado assinou uma parceria que lhe permitirá usar o Sistema do Complexo Regulador de Saúde da Capital. Trata-se de um ferramenta que integra o gerenciamento dos serviços de saúde pública (leitos, consultas, etc). “Vocês desenvolveram o que há de mais sofisticado em regulação de saúde”, disse Caiado na agenda bem longe de casa.

Com 86% de aprovação entre os goianos, segundo a mais recente pesquisa Genial/Quaest, que mediu a aceitação de quatro governadores de direita em seus Estados, Caiado se mostra decidido a disputar novamente a Presidência da República em 2026. Mesmo evitando embates frontais, em uma posição Caiado se mantém firmemente: na oposição a Lula.

MST

Com a volta do PT ao poder e o recrudescimento das ações do Movimento dos Sem Terra (MST), o governador de Goiás tem aproveitado para dialogar com sua base mais fiel. Defensor do agronegócio e produtor rural, Caiado afirma que em seu estado não permitirá ações do MST: “Em Goiás, não tem Abril Vermelho, não tem invasão de terra, é verde e amarelo.”

Mesmo, neste momento, alinhadas ao ex-presidente Bolsonaro, movimentações como a do governador goiano começaram já a causar incômodo no PL. Na última quinta-feira (18), Caiado reafirmou que colocará seu nome para ser pré-candidato a presidente da República pelo União Brasil em 2026. O governador tem sugerido a possibilidade desde meados do ano passado.

Antes do resultado da pesquisa Genial/Quaest, Caiado havia afirmado que sempre teve o desejo de ser presidente da República. Como um político clássico, diz que sua “trajetória de vida” o “credencia para isso”.

A mesma pesquisa indica que ele tem índices de conhecimento que oscilam entre 35% e 37% no Paraná, em São Paulo e em Minas Gerais, outras praças presentes no levantamento. Assim, viagens como a que fez até a capital gaúcha, que podem fazer dele mais conhecido, já fazem parte de um roteiro de visitas no País.

Concorrência

Ainda faltam mais de dois anos para a próxima eleição. Mas os concorrentes são muitos. Portanto, correr se tornou estratégia. “Acho que poucos lembram de mim, lá atrás, dos meus debates com (o agora presidente) Lula, quando eu era presidente da UDR, tinha 39 anos, não? E quando disputamos a Presidência da República, em 1989? Eu era o mais jovem candidato entre todos”, recordou.

Aos 74 anos, o atual governador de Goiás foi reeleito no primeiro turno das eleições de 2022, com 51,81% dos votos. Caiado foi deputado federal entre 1991 e 2014 e senador entre 2015 e 2018, quando se elegeu governador e pediu licença do cargo. Nascido em Anápolis, ele é médico ortopedista e pecuarista.

Animado pelos índices positivos que tem colhido em sua administração no estado, Caiado afirma que tem um trabalho para mostrar ao País. As pesquisas mostram que 59,2% da população está preocupada com a violência e o avanço do narcotráfico no Brasil.

“Esse é o tema de maior relevância que temos hoje e a pesquisa mostra que 69% da população aprova minha gestão nessa área”, disse, citando o levantamento da Genial/Quaest, e acrescentando: “Aqui montamos uma estrutura exemplar. Agora, veja. Lula vetou parte do projeto da saidinha de presos por pressões que, entre elas, apontavam que cancelar a saidinha resultaria em rebeliões nos presídios. Quando você tem um governo de verdade, não pode ser colocado em xeque por bandidos e ameaças”, afirmou.

Caiado diz estar ciente de que existem, pelo menos, mais outros três governadores também aliados do ex-presidente Bolsonaro que estariam nesse páreo. Ratinho Júnior (PSD), do Paraná; Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo; e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais. Todos eles com índices menores de aprovação popular na pesquisa Genial/ Quaest em seus Estados, mas também bem avaliados em comparação ao presidente Lula em suas regiões.

 

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