Domingo, 05 de Maio de 2024

Home em foco Líderes da Câmara dos Deputados acompanham com preocupação a crise entre o governo e o presidente da Casa, mas acreditam que a temperatura deve baixar

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A crise entre o governo e o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), é acompanhada com preocupação pelos líderes da Câmara dos Deputados. No entanto, eles acreditam que a temperatura deve baixar. Apesar dos embates e do desentendimento público com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a avaliação dos aliados de Lira é que não há uma ruptura no horizonte.

O entendimento é que o deputado tem se sentido incomodado com ações do Poder Executivo e que, por isso, tem “esticado a corda” para pressionar o Palácio do Planalto. A intenção, porém, não é cortar laços com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Mesmo na bancada do PT na Câmara há quem critique os sinais emitidos pelo Planalto desde o início da semana. Há queixas sobre o fato de César Lira, primo do deputado do PP, ter sido demitido da superintendência do Incra em Alagoas sem ter sido definido um substituto. A demissão foi classificada como “desastrosa” por um deputado do partido.

Há críticas de petistas também em relação à portaria do governo que determina um acompanhamento da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) na liberação de emendas. Na avaliação de uma ala do partido, não era necessária a edição de uma portaria para disciplinar o assunto e bastava o governo orientar cada ministério sobre procedimentos na hora de lidar com as emendas. Deputados do partido de Lula, por exemplo, tem falado nos bastidores que “trabalham mais que alguns ministros” e que “o governo não se ajuda, só atrapalha”.

As duas decisões do governo aconteceram poucos dias depois de Lira externar insatisfação e chamar o ministro da SRI, Alexandre Padilha, de “incompetente e desafeto pessoal”.

Diante do agravamento da crise, Lula decidiu em almoço no Palácio do Planalto, na última sexta-feira, marcar reuniões para esta semana com os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O martelo foi batido após conversa com ministros do núcleo político e líderes do governo.

A ofensiva para tentar melhorar a relação com os parlamentares deve incluir ainda reuniões do presidente com os vice-líderes do governo na Câmara e no Senado. No grupo, estão deputados e senadores de partidos aliados como MDB, PSD, PSB, União e PP. Assim, os encontros seriam uma forma de ampliar o contato direto de Lula com a base congressista.

Pelo regimento da Casa, o número máximo de CPIs em funcionamento simultâneo é justamente cinco. Líderes partidários, no entanto, consideram difícil que haja acordo para que isso aconteça. Uma CPI que pretende investigar o Poder Judiciário, por exemplo, é descartada pela cúpula da Casa. Lira tem uma boa relação com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e teve uma reunião com Alexandre de Moraes, da Corte, na última quarta.

Mesmo com a sinalização de destravar demandas da oposição, deputados acreditam no apaziguamento da relação entre Lira e o governo. A sessão da Câmara da última quarta-feira, por exemplo, não trouxe notícias ruins para o Planalto.

Antes da sessão, o deputado recebeu em sua residência o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Os dois foram escalados pelo Executivo para fazer a ponte com o chefe da Câmara. O parlamentar, no entanto, admite que há um cenário de dificuldades.

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