Quinta-feira, 23 de Janeiro de 2025

Home Mundo Estados Unidos: Joe Biden envia armas para a Ucrânia, temendo que seu sucessor, Donald Trump, suspenda a ajuda americana

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O governo de Joe Biden empreende um esforço final para fornecer à Ucrânia bilhões de dólares em armamentos adicionais, um empenho massivo que tem gerado preocupações internas sobre seu potencial de erodir os estoques americanos e consumir recursos de outras áreas críticas, afirmam autoridades.

A iniciativa pato-manco foi motivada em parte pelo impulso da Rússia no campo de batalha e o medo entre os mais árduos defensores da Ucrânia de que, quando o presidente eleito Donald Trump assumir, em 20 de janeiro, haja uma mudança abrupta na política dos Estados Unidos em relação à guerra.

Mas alguns membros do governo adotam a visão de que, não importa o que Washington fizer, as Forças Armadas de Kiev continuarão superadas em contingente, com muito menos soldados do que precisam para sustentar sua guerra. E mesmo enquanto os americanos aceleram os envios de armas, há uma crescente frustração com os líderes ucranianos, que resistiram continuamente aos pedidos dos EUA para que a Ucrânia baixasse a idade de convocação militar de 25 para 18 anos.

Nas semanas recentes, forças russas capturaram território ucraniano no ritmo mais intenso desde 2022, soando alarmes em Washington. Autoridades do governo afirmam que seu esforço de fim de mandato — acompanhado pela decisão do presidente Joe Biden de autorizar ataques de mísseis contra alvos profundos dentro do território russo e o acionamento de minas terrestres antipessoal, há muito criticadas por grupos de defesa de direitos humanos — pode dar a Kiev algum fôlego. Mas elas insistem que os líderes ucranianos usem este momento para expandir seu contingente militar para além dos 160 mil recrutas que Kiev afirma precisar.

“Nós continuaremos a mandar armas e equipamentos para a Ucrânia, sem dúvida. Nós sabemos que isso é vital. Mas o recurso humano também é vital neste ponto”, disse o porta-voz da Casa Branca, John Kirby, na semana passada. “Na realidade, nós acreditamos que o recurso humano é sua maior necessidade neste momento. Então nós também estamos prontos para incrementar nossa capacidade de treinamento se eles adotarem os passos apropriados para aumentar seu contingente.”

O secretário de Estado, Antony Blinken, anunciou que os EUA mandarão mais US$ 725 milhões em ajuda militar para Kiev, incluindo munições antidrones, munições para os sistemas de foguetes HIMARS e minas terrestres antipessoal.

Uma alta autoridade do governo disse que, apesar do poder de fogo da Ucrânia ter baixado com a diminuição da ajuda americana antes do Congresso aprovar, em abril, outros US$ 61 bilhões em financiamento adicional, isso não causa tanto problema hoje.

“A diferença entre quantidade de munições pode não ter sido completamente corrigida entre Ucrânia e Rússia, mas diminuiu muito. Mas em relação ao contingente, a questão é simplesmente de matemática e física”, afirmou a autoridade, falando, como outras fontes, sob condição de anonimato para discutir francamente análises sensíveis do governo americano sobre o estado da guerra e a estratégia do governo Biden.

Os líderes ucranianos afirmam que os esforços de recrutamento foram prejudicados pela diminuição da ajuda militar ocorrida anteriormente este ano, com possíveis soldados relutando em se voluntariar por não estarem certos de que teriam armas para disparar contra seu inimigo, e que os envios de armas do Ocidente continuam a atrasar.

“Não faz sentido vermos chamados para a Ucrânia baixar a idade de mobilização, presumivelmente para convocar mais contingente, quando podemos notar que os equipamentos anunciados anteriormente não estão chegando a tempo. Por causa desses atrasos, faltam armas para a Ucrânia equipar soldados já mobilizados”, postou em redes sociais Dmitro Litvin, um dos conselheiros de comunicações presidente ucraniano, Volodmir Zelenski.

O resultado dos atuais esforços de Biden ajudará a moldar seu legado em política externa após um mandato sacudido pela queda do Afeganistão, pela maior guerra terrestre na Europa desde a 2.ª Guerra e por instabilidades em todo o Oriente Médio, em meio à resposta de Israel ao ataque do Hamas em outubro de 2023.

Trump, enquanto isso, promete pôr fim à guerra na Ucrânia “24 horas” após assumir a presidência. Na semana passada, ele anunciou que nomeará o general aposentado Keith Kellogg seu enviado especial para Rússia e Ucrânia. Kellogg, que atuou como graduada autoridade de segurança nacional no primeiro mandato de Trump, propõe condicionar o futuro do apoio americano à Ucrânia ao envolvimento do país em negociações para pôr fim ao conflito, mas também sugeriu armar Kiev ainda mais agressivamente para forçar o Kremlin a abrir concessões.

O futuro da ajuda de segurança de Washington — de longe o maior apoiador militar da Ucrânia — após a posse de Trump permanece em dúvida. Tanto o vice-presidente eleito, JD Vance, quanto Trump e o confidente Elon Musk expressaram ceticismo sobre a continuidade da ajuda americana à Ucrânia.

Os avanços militares da Rússia inquietaram o governo Biden, mas a alta autoridade e outras fontes do governo disseram não esperar uma grande ruptura nas linhas defensivas da Ucrânia nos próximos meses mesmo se Moscou continuar a avançar.

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