Sexta-feira, 17 de Maio de 2024

Home em foco Estudo revela as causas prováveis da covid longa

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Um estudo feito pelos biólogos Resia Pretorius, da Universidade Stellenbosch, na África do Sul, e Douglas Kell, da Universidade de Liverpool, na Inglaterra, descobriu o que pode ser a causa da covid longa, quando pacientes apresentam sintomas da doença mesmo depois de curados. O trabalho observou que moléculas inflamatórias permanecem presas em pequenos coágulos sanguíneos após a recuperação e sugere que o tratamento contínuo com anticoagulante pode beneficiar esses pacientes.

Estima-se que a covid longa afete cerca de um terço das pessoas infectadas pelo coronavírus. Mais de 307 milhões de casos de covid já foram confirmados no mundo todo, segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins.

Em pesquisas anteriores, os biólogos e seus colegas descobriram que os pacientes com covid aguda têm grandes depósitos atípicos chamados microclotes — pequenos coágulos sanguíneos — em seu plasma sanguíneo. Os pesquisadores suspeitaram que os microclotes também poderiam desempenhar um papel importante na covid longa.

Em seu novo estudo, publicado na revista científica Cardiovascular Diabetology, Pretorius e Kell procuraram em amostras de sangue por moléculas desreguladas que pudessem causar falta de ar prolongada e fadiga crônica, sintomas comuns em pacientes com covid longa. Eles descobriram que os pacientes afetados por essa condição tinham os microclotes que haviam encontrado anteriormente em pacientes com o quadro agudo de infecção para o coronavírus.

Ao analisar os microclotes, os pesquisadores encontraram várias moléculas inflamatórias e também observaram um aumento da proteína alfa-2-antiplasmina, substância que evita a quebra de coágulos, exacerbando a coagulação sanguínea. Os níveis de alfa-2-antiplasmina eram oito vezes maiores em quem sofria de covid longa do que em pacientes normais, descobriram os cientistas.

Esses achados podem explicar os sintomas crônicos da covid longa, como falta de ar e cansaço. A principal razão para isso é que os microclotes persistentes bloqueiam a entrada dos microcapilares, de modo que as células sanguíneas não podem entrar neles para levar oxigênio aos pulmões, explicou Kell.

O estudo sugere ainda que incluir anticoagulantes no tratamento da covid longa pode ser benéfico para os pacientes. No entanto, os cientistas alertam que antes de integrar o medicamento à terapia, são precisos mais estudos para determinar o impacto da proteína alfa-2-antiplasmina na covid longa.

 

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