Sexta-feira, 04 de Outubro de 2024

Home em foco Euro pode ficar abaixo do dólar pela 1ª vez em 20 anos; entenda os motivos

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O euro está perto de ficar cotado abaixo do dólar pela primeira vez desde dezembro de 2002. Esse movimento, que já vem sendo registrado há algum tempo, acontece pela aversão ao risco dos investidores, que têm se refugiado na moeda americana diante da inflação alta e possibilidade de recessão global.

O euro se enfraquece também pela perspectiva de agravamento das interrupções no fornecimento de gás europeu resultantes da invasão da Ucrânia pela Rússia, dizem analistas.

O Banco Central Europeo (BCE) fixou o câmbio de referência do euro em 1,0098 dólares. Nesta segunda-feira (11), o euro caiu 1,42% frente ao dólar. No fim da tarde em Nova York, o euro caía a US$ 1,0043. O índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante seis rivais, fechou em alta de 0,95%, aos 108,021 pontos.

Os temores em torno dos problemas de fornecimento de energia da Europa se intensificaram no fim de semana depois que o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, disse que o governo está se preparando para um corte total do fornecimento de gás russo. “O pior caso (parada total dos fluxos de gás) traz recessão e provavelmente outra queda de 10% do euro a partir daqui”, disse o estrategista de câmbio do Société Générale, Kit Juckes, em nota.

Um choque de energia na Europa deve aumentar, elevando a chance de uma recessão na zona do euro e limitando as perspectivas de aumento das taxas de juros pelo BCE, disse o analista da ActivTrades, Ricardo Evangelista, em nota. Isso deixa o euro em risco de novas quedas, com a paridade em relação ao dólar “uma questão de quando, e não de se”.

Os analistas do ING Chris Turner e Francesco Pesole dizem que os maiores riscos econômicos na Europa em comparação com os EUA deixam o euro vulnerável. Uma queda de 10% nas ações e spreads de taxas de juros neste verão podem levar a relação entre euro e dólar para algo próximo de 0,98, disseram eles.

Além disso, na China, os preços ao consumidor subiram 2,5% em junho, e os de produção, 6,1%. Devido aos novos contágios de covid, a China poderia impor novos confinamentos, o que poderia afetar negativamente a economia global, o que leva a um fortalecimento do dólar.

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