Sábado, 18 de Maio de 2024

Home Mundo Guerra entre Israel e Hamas deixa mais de 430 mortos e milhares de feridos

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O grupo islâmico armado Hamas bombardeou Israel neste sábado (7) em um ataque surpresa considerado um dos maiores sofridos pelo país nos últimos anos. Milhares de foguetes foram lançados e o governo de Israel afirmou que “vários terroristas infiltraram-se no território israelita a partir da Faixa de Gaza”.

O Hamas afirmou se tratar do início de uma grande operação para a retomada do território. Em resposta, Israel atacou alvos em Gaza.

De acordo com números atualizados pelo serviço de emergência de Israel, subiu para 200 o número de mortos nos confrontos com milicianos palestinos. Mais de 1400 pessoas foram hospitalizadas, números que tendem a aumentar.

O Ministério da Saúde palestino em Gaza, por sua vez, afirma que pelo menos 232 pessoas foram mortas e mais de 1,6 mil ficaram feridas no território, por conta dos contra-ataques de Israel.

Além disso, os militares israelenses afirmam que os militantes do Hamas em Gaza estão mantendo civis e soldados de Israel como reféns em cativeiros.

Os militares confirmaram as alegações do Hamas de que seus combatentes haviam sequestrado vários israelenses depois de se infiltrarem na cerca de separação altamente fortificada de Israel e invadirem comunidades israelenses no sul do país.

Em resposta aos ataques, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que seu país está em estado de guerra. O premiê lançou a operação “Espadas de Ferro” e convocou uma reunião de emergência com autoridades de segurança. O país convocou uma grande quantidade de reservistas.

“Estamos em guerra e vamos ganhar”, disse Netanyahu. “O nosso inimigo pagará um preço que nunca conheceu.”

O conflito coincide com o Simchat Torah, um dia normalmente festivo, em que os judeus completam o ciclo anual de leitura de seu livro sagrado, a Torah, e reaviva a memória da Guerra do Yom Kippur, de 1973. Naquela ocasião, os inimigos de Israel lançaram um ataque surpresa no dia mais sagrado do calendário judaico.

As forças armadas de Israel atacaram alvos em Gaza em resposta aos cerca de 5 mil foguetes que constantemente fizeram soar sirenes antiaéreas até o norte de Tel-Aviv e Jerusalém, a cerca de 80 quilômetros de distância.

A informação de Israel era que as forças estavam envolvidas em tiroteios com insurgentes do Hamas que haviam se infiltrado em pelo menos sete locais. Os combatentes se esgueiraram pela cerca da fronteira e chegaram até mesmo por via aérea em um parapente, acrescentou.

A televisão israelense transmitiu imagens de explosões que romperam a cerca da fronteira, seguidas pelo que pareciam ser homens armados palestinos entrando em solo israelense em motocicletas. Alguns estariam viajando em caminhonetes.

Não ficou claro o que motivou a operação do Hamas, que provavelmente exigiu meses de preparação. Vídeos postados nas redes sociais mostraram o que pareciam ser atiradores palestinos uniformizados dentro da cidade fronteiriça israelense de Sderot.

Um vídeo de Gaza mostrou o que parecia ser o corpo sem vida de um soldado israelense pisoteado por uma multidão enfurecida que gritava “Deus é grande”. Outro parecia mostrar insurgentes palestinos arrastando um soldado israelense vivo em uma motocicleta.

Em outra filmagem, uma multidão de homens palestinos dançava ao redor e em cima de um tanque israelense em chamas. A autenticidade dos vídeos não pôde ser verificada imediatamente.

O líder da ala militar do Hamas, Mohammed Deif, anunciou o início do que ele chamou de “Operação Tempestade Al-Aqsa”. O complexo da mesquita de Al-Aqsa, localizado na Cidade Velha de Jerusalém, é o terceiro local mais sagrado do Islã e o primeiro para os judeus, que se referem a ele como o Monte do Templo.

“Já chega”, disse Deif, que não é visto em público, em uma mensagem gravada na qual conclamou os palestinos do leste de Jerusalém e do norte de Israel a se juntarem à luta. “Hoje, o povo retoma sua revolução”.

Em um discurso televisionado, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, alertou que a milícia havia cometido “um grave erro” e prometeu que “o Estado de Israel vencerá essa guerra”.

Salah Arouri, um líder exilado do Hamas, disse que a operação foi uma resposta “aos crimes da ocupação” e observou que os combatentes estavam defendendo a mesquita de Al-Aqsa em Jerusalém e os milhares de prisioneiros palestinos mantidos por Israel.

O grupo Jihad Islâmica Palestina disse que seus combatentes se juntariam ao Hamas no ataque contra Israel.

“Fazemos parte desta batalha, os nossos combatentes estão lado a lado com os seus irmãos nas Brigadas Qassam até que a vitória seja alcançada”, disse o porta-voz do braço armado da Jihad Islâmica, Abu Hamza, no Telegram.

Israel ergueu uma enorme cerca ao longo de sua fronteira com o enclave palestino para impedir a entrada. A cerca é equipada com câmeras, sensores de alta tecnologia e tecnologia de escuta. A incursão é uma grande conquista para o Hamas.

Como os ataques continuaram no centro e no sul de Israel, milhões de israelenses receberam ordens de ficar perto de abrigos antibombas em suas casas. O exército disse que os residentes próximos a Gaza deveriam ficar em casa por causa do “incidente de segurança”.

“As Forças de Defesa de Israel defenderão os civis israelenses e a organização terrorista Hamas pagará um alto preço pelas suas ações”, disse o comunicado divulgado pelos militares israelenses.

O conflito entre Israel e Palestina se estende há décadas, remonta a 1947, quando as Nações Unidas propuseram a criação de dois Estados, um judeu e um árabe, na Palestina, sob mandato britânico. Israel foi reconhecido como país no ano seguinte. Desde então, há uma disputa por território, e vários acordos já tentaram estabelecer a paz na região, mas sem sucesso.

 

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