Quarta-feira, 24 de Abril de 2024

Home em foco Instituição suíça de 685 anos pode finalmente admitir mulheres

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Uma guilda de Zurique fundada em 1336 com uma lista de integrantes que inclui membros da elite suíça está considerando a possibilidade de admitir mulheres.

A Zunft zur Meisen, associação com um palácio barroco no coração do centro bancário da Suíça, pode decidir em sua reunião anual no próximo ano permitir que mulheres participem de seus eventos como convidadas, de acordo reportagem do Neue Zuercher Zeitung.

Um grupo de trabalho da maior guilda da cidade está examinando a opção de permitir que as mulheres se tornem membros em algum momento no futuro, informou o NZZ. Como outras guildas, o Zunft zur Meisen não publica uma lista de membros e seu site não diz quem é elegível para entrar.

Embora as 26 guildas de Zurique tenham perdido seu propósito original de representar comerciantes, elas ainda são populares como rede de contatos profissionais. A cada primavera, eles encenam um desfile que culmina em uma fogueira no lago da cidade.

A proibição de mulheres significava que muitas pessoas interessantes estavam sendo mantidas de fora, Konstantin von Schulthess – um representante da Meisen e diretor financeiro da empresa de pesquisa de câncer CDR-Life – disse ao NZZ. Os homens da instituição terão até janeiro para enviar seus comentários.

Ao ser contatada, a Zunft zur Meisen não quis comentar nada sobre a possibilidade.

Quando se trata do papel das mulheres na vida pública, a Suíça costuma ficar atrás de seus vizinhos europeus. Em nível nacional, as mulheres não obtiveram o direito de voto até 1971 e a primeira mulher a fazer parte do comitê do banco central foi nomeada apenas em 2015.

A exclusão de mulheres de guildas é polêmica entre os suíços. Um artigo de opinião publicado no jornal Tages-Anzeiger disse que a regra de excluir mulheres não estava de acordo com os tempos atuais.

“Parece estranho quando colunas de homens desfilam pelas ruas de uma cidade globalizada no século 21 e mulheres jogam flores neles”, diz. “Ao insistir em continuar sem mulheres, as guildas estão se retirando da realidade social.”

Guildas

Recebiam o nome de guildas ou corporações de ofício as associações formadas por artesãos profissionais e independentes, em igualdade de condições, surgidas na Baixa Idade Média (séculos XII ao XV) destinadas a proteger os seus interesses e manter os privilégios conquistados. Outras guildas, sem relevância econômica, tinham caráter religioso, beneficente ou de lazer. Além das guildas, existiam também as hansas, associações de comerciantes que dominavam determinados segmentos do mercado.

Seu desenvolvimento está ligado ao processo de renascimento comercial e urbano que ocorreu no mesmo período. A produção artesanal vinha acompanhando de perto o crescimento do comércio, acarretando o aumento gradual da produção. As cidades se enchiam de comerciantes e artesãos, e para defender seus direitos e interesses, essas duas categorias começaram a ser organizar em corporações.

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