Quinta-feira, 25 de Abril de 2024

Home Brasil Levantamento mostra que ômicron avança no País, com até 70% dos casos diagnosticados em um dia

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Um levantamento feito pelo Instituto Todos pela Saúde (ITpS) mostrou que a variante ômicron chegou a atingir quase 70% dos casos positivos de covid-19 no dia 25 de dezembro. Desde o início do mês, a incidência da nova cepa foi de 31,7%, sendo encontrada em oito estados brasileiros.

Os laboratórios Dasa e DB Molecular — parceiros do ITpS no levantamento — analisaram 30.483 testes RT-PCR Especial, dos quais 640 deram positivo para o coronavírus. As amostras foram coletadas entre 1 e 25 de dezembro, em 16 estados. Dentre os testes positivos para covid-19, os cientistas encontraram em 203 deles a variante ômicron.

A nova cepa estava presente em testes de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia, Goiás, Santa Catarina e Tocantins. Os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro foram os únicos em que a ômicron foi detectada em mais de 50 testes.

O percentual da ômicron em relação às amostras positivas vem subindo dia após dia. Na última semana, ultrapassou a taxa de 40%, chegando a aproximadamente 70% no dia 25 de dezembro.

Segundo balanço do Ministério da Saúde, divulgado na terça-feira (28), o Brasil tem, oficialmente, 77 casos confirmados de ômicron e há 211 outros em investigação.

“Os dados servem de alerta para o poder público e para a população. Nos próximos dias teremos reuniões e festas por causa do réveillon, e é preciso lembrar que a pandemia não acabou. Além da circulação da variante ômicron, temos o vírus da gripe H3N2, que também pressiona o sistema de saúde. É urgente que os brasileiros completem o ciclo de vacinação contra a covid-19, incluindo a dose de reforço, e não abandonem a máscara, a higiene das mãos e o distanciamento social”, afirma Jorge Kalil, diretor-presidente do ITpS.

Detecção

Para encontrar a ômicron nas amostras dos brasileiros, os laboratórios não fizeram o sequenciamento genético do vírus, mas utilizaram o teste RT-PCR Especial. A nova cepa tem diversas mutações e deleções (remoções de fragmentos de genes), e uma em particular afeta os códons 69 e 70 do gene S (linhagem Ômicron BA.1). Quando esse trecho do gene S não é identificado no teste RT-PCR Especial, é possível indicar que se trata da ômicron.

Como o sequenciamento genético é mais demorado e a transmissão da Ômicron é rápida, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aprova o uso de testes PCR para identificar casos suspeitos da nova variante.

Intensificação da testagem

Especialistas alertam para a necessidade da intensificação da testagem para covid-19 nesse momento de avanço da variante ômicron e de aumento da circulação de outros vírus respiratórios, como o influenza, causador da gripe, e do vírus sincicial, que causa bronquiolite.

Dados do Reino Unido mostram que os sintomas característicos da ômicron, em especial entre vacinados, são mais parecidos com os de um resfriado comum do que com os sintomas clássicos de covid-19, causados pelas variantes anteriores, como febre, tosse e perda de olfato e/ou paladar.

Para o epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), esse fato acende um sinal de alerta para o Brasil.

“O País tem um dos programas de testagem mais pífios do planeta. Com baixa testagem, não há como diferenciar os pacientes da ômicron e os pacientes do resfriado comum. Desde o começo da pandemia, vínhamos alertando para a necessidade de investir em testagem, algo que, infelizmente, nunca foi priorizado pelo governo federal. É surreal acreditar que o governo jogou milhões no lixo com cloroquina e ivermectina e deixou de investir em testagem e compra antecipada de vacinas. Não é por acaso que a mortalidade por covid-19 no Brasil é cinco vezes maior do que a média mundial”, diz Hallal.

Segundo ele, fazer mais testes, tanto em amostras da população, quanto em pessoas com qualquer sintoma e incluir vigilância genômica para monitoramento de variantes é fundamental neste momento.

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